14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA compreensão do perfil clínico-epidemiológico dos pacientes internados com HIV/AIDS é essencial para otimizar as intervenções de saúde pública e a qualidade do atendimento além de reduzir a morbimortalidade associada a esta infecção. Diante disso a análise desse perfil fornece resultados importantes sobre as coinfecções, gravidade da imunossupressão e os desfechos clínicos associados. A identificação de fatores determinantes para a hospitalização e as barreiras no acesso ao tratamento pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes que auxiliem no prognóstico da doença.
ObjetivoCaracterizar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com HIV/AIDS internados em um hospital de referência do estado da Bahia, no ano de 2022.
MétodoEstudo transversal com base em dados obtidos nos prontuários do Instituto Couto Maia, coletados entre 2023-2024 referentes aos pacientes com HIV/AIDS internados em 2022. Os dados foram analisados no R-Project, versão 4.2.2, para análise estatística.
ResultadosA amostra (n = 374) foi composta em sua maioria por pacientes masculinos 66,43%, heterossexual 65,77%, pardos 71,12%, solteiros 81,55%, cuja idade apresentou-se na mediana 39 (31 e 48,5). 33,69% possuíam renda mensal de 1 a 2 salários e 32,89% contavam com menos de um salário mínimo mensal. Em relação a escolaridade, 46,8% possuíam ensino fundamental incompleto. Acerca dos hábitos de vida, 35% eram usuários de substâncias psicoativas e apenas 6,9% não faziam uso. A maioria dos pacientes, 85,6%, tinham alguma coinfecção, sendo tuberculose pulmonar a mais prevalente com 21,5%, seguida de candidíase orofaríngea 19,14%. Em relação aos marcadores do HIV, 33,4% tinham contagem de CD4 < 50 células/mm³. A mediana de CD4 foi de 110 células/mm³ e a de carga viral foi de 233.980 cópias. Apenas 16,3% da amostra possuía carga viral indetectável e 31,3% apresentavam má adesão ao tratamento antirretroviral. Quanto aos desfechos, 77,2% tiveram alta, 12,3% faleceram, 5,6% evadiram e 4,8% foram transferidos.
ConclusãoA análise do perfil clínico e epidemiológico de pacientes com HIV/AIDS destaca desafios como a alta prevalência de coinfecções e a baixa adesão ao tratamento. Estratégias integradas são cruciais para abordar as vulnerabilidades socioeconômicas e comportamentais, visando melhorar os resultados clínicos. Esses dados informam a necessidade do desenvolvimento de políticas de saúde mais eficazes, adaptadas às necessidades específicas desses pacientes.