14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoO aumento da expectativa de vida e os tratamentos antirretrovirais eficazes têm levado a um crescente número de idosos vivendo com HIV. Estes indivíduos frequentemente enfrentam múltiplas comorbidades e complicações decorrentes do HIV, e do envelhecimento e conhecer essa população é crucial para otimizar o manejo clínico e melhorar sua qualidade de vida.
ObjetivoConhecer as causas de internação e status imune dos idosos internados com SIDA em amostra de conveniência.
MétodoFoi realizado um estudo transversal com pacientes de ≥ 60 anos, diagnosticados com AIDS, internados em 2022 em um hospital de referência em Salvador.
ResultadosEntre os 373 pacientes internados, 27 (7,2%) eram idosos. A tuberculose pulmonar foi a causa mais frequente de internação com 5 (18,5%) casos, sendo 1 disseminada (pulmão e SNC); 100% com TRM-TB detectado em escarro; 100% sexo masculino; 100% em uso de TARV irregular; CD4 variou de 17 a 761; alta 2 (40%); evasão 2 (40%) e 1 óbito. A neurotoxoplasmose em 3 (11,1%) casos, sendo que 2 foram diagnosticados nessa internação; CD4 variou de 37 a 105; 100% pacientes receberam alta. Pneumonia ou sepse de foco respiratório secundária a broncoaspiração foram causas de internação em 4 (14,8%) pacientes; CD4 variou de 61 a 832; 2 evoluíram a óbito e 2 altas,; 3 com uso regular da TARV e 1 abandono. Outras infecções foram histoplasmose disseminada, neurocriptococose, pielonefrite, celulite facial com rinossinusite bacteriana e infecções do trato urinário (ITU). A neurotuberculose, neurocriptococose e leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP), refletem a imunossupressão significativa desses pacientes. Cerca de 9 (33,3%) pacientes apresentavam carga viral indetectável e apenas 1 (3,7%) tinha carga viral > 1 milhão.
ConclusãoAs principais causas de internação em idosos com AIDS são infecções como tuberculose pulmonar, infecções respiratórias e neurotoxoplasmose, indicando imunossupressão. Outras infecções graves, como histoplasmose disseminada e neurocriptococose, além de condições sépticas, são frequentes, aumentando a complexidade do tratamento. A mediana da contagem de células TCD4+ de 314.0 e a média de 337.5, juntamente com a carga viral indetectável em 33,3% dos pacientes, destaca a importância de estratégias de saúde específicas para essa população, visando reduzir a morbidade e mortalidade. A diversidade de condições observadas ressalta a necessidade de um manejo multidisciplinar integrado, incluindo prevenção e tratamento eficaz de infecções oportunistas.