14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA Tuberculose Pulmonar (TBP) é uma doença - prevalente em países em desenvolvimento, - como o Brasil, e suas manifestações clínicas e radiológicas iniciais podem ser semelhantes aos achados na doença causada pelo coronavírus (COVID-19). Embora a coinfecção seja um diagnóstico difícil de ser estabelecido somente com as manifestações clínicas e achados de exames de imagem, sem a identificação precisa do vírus por teste rápido ou métodos moleculares; a interpretação inicial dos exames radiológicos podem ajudar o médico a suspeitar da coinfecção.
ObjetivoDiscutir os principais achados clínicos e radiológicos em pacientes coinfectados com TBP e COVID.
MétodoRevisão integrativa de literatura.
ResultadosAs manifestações clínicas iniciais foram febre aferida entre 38°C - 39°C, dispneia, coriza, tosse produtiva, taquipneia e ausculta pulmonar com crepitações. A dispneia foi o sintoma mais prevalente nos pacientes coinfectados, tendo sua piora mais presente nos maiores de 65 anos e associada fortemente a necessidade de oxigenioterapia; enquanto que os mais jovens, geralmente menores de 40 anos, apresentavam história clínica mais prolongada, com duração média de 1 mês de tosse expectorante e febre leve, mas com agudização da dispneia - motivo pelo qual buscaram o serviço médico. A tomografia computadorizada de tórax (TC), evidenciou padrões típicos de tuberculose pulmonar com cavitações fibrosadas com bronquiectasias envolvendo principalmente os lobos superiores, nódulos centrolobulares e o padrão de “árvore em brotamento” com opacidades ramificadas. Além disso, há outras manifestações típicas de pneumonia de comunidade como opacidades em vidro fosco geralmente múltiplas, periféricas e até mesmo central; além de espessamento intersticial.
ConclusãoOs achados de imagem isolados não fortalecem o diagnóstico de tuberculose ou de COVID 19. Apesar das manifestações clínicas iniciais serem mais favoráveis a COVID, a pesquisa concomitante a tuberculose deve ser estimulada principalmente em pacientes que vivem em áreas com alta prevalência de tuberculose e/ou que apresenta alguma comorbidade que favoreça a reativação de tuberculose latente (ILTB).