14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoNo Brasil, entre os anos de 2017 e 2022, foram registradas 27.290 internações associadas a varicela e/ou herpes zoster. Desse total, 12.587 casos são oriundos da região sudeste. Esse dado traz a importância da discussão sobre as variáveis sociodemográficas que influenciam o aumento do número casos de varicela e/ou herpes zoster.
ObjetivoAnalisar as internações de varicela e herpes zoster nas regiões brasileiras entre os anos de 2017 a 2022.
MétodoTrata-se de um estudo ecológico baseado em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis estudadas, como a mortalidade, o número de internações e a taxa de internação, foram analisadas através de estatística descritiva conforme a região brasileira de notificação no período de 2017 a 2022. Para calcular as taxas de internação e de mortalidade entre os anos descritos acima, foi utilizada a edição de 2018 da projeção da população do Brasil e unidades da federação por sexo e idade para o período 2010-2060 presente no DATASUS. As variáveis remetentes à raça, sexo e idade não foram analisadas nesse estudo.
ResultadosForam registradas 27.290 internações em todo o Brasil entre o período de 2017 a 2022 com uma taxa de mortalidade de 6,99. A região com maior taxa de internação foi a região centro-oeste com 2,44 internações por 100.000 habitantes; seguida da região sudeste e sul com 2,36 e 2,35, respectivamente; norte (2,09) e, por fim, a região nordeste com 1,66 internações por 100.000 habitantes. Em relação à taxa de mortalidade no mesmo período, a região sudeste liderou o ranking com 8,54, seguida das regiões centro-oeste (6,65), sul (5,52), nordeste (6,17) e norte (3,72).
ConclusãoOs dados analisados demonstram um aumento da taxa de mortalidade e uma diminuição das internações por varicela e herpes zoster durante a pandemia de COVID-19, o que pode sugerir um agravamento dos casos nesse período. No momento analisado, 46% do total de internações foram oriundas da região Sudeste. Contudo, este estudo apresenta limitações devido às subnotificações das internações e por analisar um período de pandemia que causou uma pausa dos serviços de saúde, o que pode ter diminuído a procura do serviço com queixas relacionadas ao Herpes-Zoster. Dessa forma, urge-se a realização de medidas para educação sobre o tema, com um maior estímulo governamental à vacinação contra o Herpes-Zoster, e também a realização de estudos para compreender a distribuição epidemiológica da doença.