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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-327 - INFECÇÃO ESTAFILOCÓCICA E GONOCÓCICA DISSEMINADA EM PACIENTE COM DENGUE
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Lucas Mendes Braga, Barbara Ferreira Khouri, Philipe Quagliato Bellinati, Raphael Donadio Pitta
Hospital Evangélico de Londrina, Londrina, PR, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A dengue é uma doença viral transmitida por artrópodes, cuja gravidade depende de inúmeros fatores, entre eles fatores relacionados ao hospedeiro. Infecções bacterianas durante o curso da dengue podem ocorrer, mas ainda não tem seu mecanismo totalmente elucidado. Bacteremias durante quadro de dengue são raras e associadas a mau prognóstico. Até o momento não há na literatura bacteremia por S aureus e N gonorrhoeae de paciente infectado por dengue.

Objetivo

Relatar caso de vasculite séptica por S aureus e N gonorrhoeae em paciente infectado por dengue.

Método

Relato de caso e revisão da literatura.

Resultados

Paciente masculino 28 anos, previamente hígido, com múltiplas parceiras sexuais, com febre alta de início súbito, artralgia, cefaleia e mialgia, associado a lesões necróticas por todo corpo há 2 dias. Procurou atendimento no 3° dia de sintomas, com NS1 reagente. Como manteve febre e aumento das lesões por todo corpo após 15 dias, retorna para atendimento necessitando de internação. No exame físico apresentava lesões púrpuras e algumas necróticas, algumas com aspecto hemorrágico por todo corpo. Apresentava leucocitose 15 mil, PCR 7,20 mg/dL e VHS 102 mm, creatinina 1,30 mg/dL, ureia 30 mg/dL. Iniciado empiricamente ceftriaxone e teicoplanina. Realizou ecocardiograma transtorácico e transesofágico, tomografia de tórax e abdome normais. Dengue IgM reagente e sorologia para HIV não reagente. Hemoculturas com crescimento de Neisseria gonorrhoeae e S aureus (em 2 amostras) confirmado por método automatizado, provas manuais e MALDI-TOF. Anatomopatológico da pele com achados tardios de vasculite séptica em resolução. Paciente com resolução do quadro com uso de ceftriaxone por 14 dias e normalização das provas inflamatórias, e segue em investigação ambulatorial para imunodeficiências primárias.

Conclusão

Relatamos caso de doença estafilocócica e gonocócica disseminada em paciente com dengue. Há relatos na literatura de doença gonocócica disseminada, principalmente associadas a deficiência de complemento, mas até o momento não há relatos de caso de bacteremia por S aureus e N gonorrhoeae simultaneamente em paciente com dengue. Ainda não está claro como a dengue pode predispor à superinfecção e à bacteremia. Diferentes mecanismos hipotéticos são a imunidade enfraquecida induzida, a grave neutropenia e a translocação bacteriana observada durante a doença no curso da doença.

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