Staphylococcus epidermidis emergiu como um patógeno oportunista principalmente devido ao crescente uso de dispositivos médicos invasivos, causando infecções de grande frequência principalmente em idosos, imunossuprimidos e neonatos. A resistência aos beta-lactâmicos causada pela presença do gene mecA, denominado S. epidermidis resistentes à meticilina (MRSE), prejudica o tratamento eficiente das infecções e aumenta o tempo de internação e riscos aos pacientes.

Caracterizar o perfil de resistência aos beta-lactâmicos e à vancomicina em Staphylococcus epidermidis de hemoculturas de pacientes internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, no período de 2009 a 2022.

Foram isoladas e identificadas 406 amostras de S. epidermidis de hemoculturas. Foi realizado o método de disco difusão para avaliar a suscetibilidade dos isolados aos discos de oxacilina, cefoxitina, gentamicina, eritromicina, ciprofloxacina, sulfametoxazol/trimetoprim, linezolida e ceftarolina, triagem em ágar BHI acrescido de 6 ?g/ml de vancomicina para avaliar heterorresistência à vancomicina e E-test para confirmar a resistência. A detecção dos genes de resistência mecA, vanA e vanB realizou-se através da técnica de Polymerase Chain Reaction (PCR) e a tipagem de SCCmec foi realizada por meio de PCR multiplex.

A prevalência de MRSE foi de 84% (341 positivos para o gene mecA) e a de MSSE 16% (65). A tipagem do SCCmec prevalente foi o Tipo I, com 53,4% (182). Um isolado apresentou resistência à linezolida, 13 (3,2%) apresentaram suscetibilidade dependente de dose à ceftarolina e 11 (2,7%) apresentaram heterorresistência à vancomicina, sendo que dois destes isolados (18,2%) foram resistentes à vancomicina pelo método de E-test e um destes foi positivo na pesquisa do gene vanA.

O estudo demonstrou alta resistência entre os isolados, evidenciando a necessidade de redução e controle da disseminação dos microrganismos resistentes e conscientização do uso correto dos antimicrobianos.