14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAs infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são extremamente prevalentes no meio hospitalar, causando prejuízos econômicos e sociais. O uso da tecnologia UVC, é um importante adjuvante na desinfecção de ambientes ao impedir multiplicação de microrganismos.
ObjetivoComparar a incidência de IRAS e de isolados resistentes (MDR) em uma enfermaria oncológica hospitalar pública, do período anterior e após a introdução da tecnologia UVC como método adjuvante ao protocolo de desinfecção.
MétodoUm novo protocolo de desinfecção, em que o UVC desempenhou papel adjuvante na higiene hospitalar, foi elaborado em conjunto com a SCIH do Hospital Estadual Mário Covas e aplicado por 6 meses. Foram analisados e tabulados os dados referentes às IRAS, no ambiente de enfermaria oncológica. Foi realizado um recorte do mesmo período do ano nos quatro anos anteriores (2019 a 2023) e comparados com os valores encontrados durante os 6 meses (novembro de 2023 a maio de 2024, excetuando março) com adjuvância do UVC a partir de uma análise comparativa.
ResultadosOs 6 meses anteriores à intervenção registraram 31 casos novos (5,16 casos/mês) e 6 IRAS causadas por MDRs (1,0 MDR/mês). Considerando o mesmo período do estudo, nos 4 anos anteriores a enfermaria registrou uma média de 6,38 casos/mês, sendo uma média de 1,71 MDR/mês. Após a intervenção foram registrados 17 casos de IRAS (3,4 casos/mês), sendo duas por MDR (0,4 MDR/mês). Analisando o padrão de resistência nos 4 anos anteriores durante o período estudado, das 43 MDRs registradas, discriminam-se: 31 KPCs, 6 ESBLs, 1 MRSA, 1 VRE, 1 Acinetobacter MDR e 2 enterobactérias MDR e 1 CESP. No período pós intervenção, foram registrados apenas 2 isolados de enterobactérias MDR: um KPC e outro ESBL. O uso da tecnologia UVC reduziu a quantidade de casos novos de IRAS em relação ao período pré-intervenção, tanto nos 6 meses anteriores (redução de 45,2%) quanto no mesmo período nos 4 anos anteriores (redução de 51,6%). O novo protocolo minimizou a emergência de infecções clínicas causadas por bactérias MDR, reduzindo em 80% quando comparado ao mesmo período no ano anterior e 33,3% em relação aos 6 meses anteriores.
ConclusãoÉ possível concluir que o uso da tecnologia UVC proporciona uma redução importante da carga microbiana hospitalar, garantindo uma melhora do protocolo de higiene hospitalar e minimizando a disseminação de microrganismos e contaminação de pacientes imunodeprimidos.