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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-285 - DA DENGUE GRAVE ATÉ A ASPERGILOSE PULMONAR INVASIVA: QUAL A RELAÇÃO?
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Yago Caetano de Sousa Almeida, William Dunke de Lima, Flávia Carolina Soares Bonatto, Carolline Siqueira Lembo, Leonardo Torioni, Jordan Monteiro Pinheiro, Emily Ane Araujo Santana, Ferdinando Lima de Menezes, Beatriz Pascuotte, João Antonio Gonçalves Garreta Prats
Hospital da Beneficiência Portuguesa, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A aspergilose pulmonar invasiva (API) ocorre predominantemente em pacientes onco-hematológicos com neutropenia prolongada. Entretanto, sua ocorrência após quadros infecciosos virais graves (como Influenza e COVID-19) têm sido cada vez mais descrita e estudada, principalmente no contexto de terapia intensiva.

Objetivo

Relatar o caso de um paciente com dengue grave que desenvolveu aspergilose invasiva pulmonar.

Método

Os dados para descrição do caso foram obtidos através da revisão de prontuário.

Resultados

Trata-se de um paciente do sexo masculino, 27 anos, com antecedente de lúpus eritematoso sistêmico (LES), em uso de azatioprina. Deu entrada no serviço de emergência com hipotensão e taquicardia e história de febre alta, dor abdominal intensa e astenia há quatro dias. Em exames apresentava disfunção renal, linfopenia e plaquetopenia. A sorologia IgM para Dengue foi reagente. O paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica e necessidade de ventilação mecânica (VM) associada a febre persistente sem agentes isolados. Foi aventada hipótese de síndrome hemofagocítica (SHF) que foi confirmada após avaliação medular. O paciente então recebeu corticoterapia em doses altas e imunoglobulina endovenosa. Duas semanas depois, evoluiu com febre e piora de parâmetros ventilatórios. A tomografia do tórax evidenciou lesões nodulares com sinal do halo, sugestivas de aspergilose invasiva. A análise do lavado broncoalveolar revelou galactomanana com índice superior a 6 e PCR para Aspergillus fumigatus positivo. Após uma semana de tratamento com anfotericina lipossomal devido a disfunção hepática, houve melhora clínica e respiratória, com desmame da VM. Evoluiu na 4ª semana de internação com pancreatite aguda necrotizante e por refratariedade de tratamento clínico das coleções foi indicado abordagem cirúrgica. Entretanto, o paciente evoluiu a óbito no pós-operatório.

Conclusão

É reconhecido que pacientes críticos acometidos por quadros virais graves são mais propensos ao desenvolvimento de DFI como a Influenza associada a aspergilose pulmonar (IAPA). Contribuem para essa associação tempo de internação, exposição a antibióticos de amplo espectro, ventilação mecânica e corticoterapia, como no caso relatado. A relação entre Dengue grave e o desenvolvimento de API ainda foi pouco explorada, porém há alguns relatos em literatura da coinfecção em pacientes críticos cujo elo foi justamente a ocorrência de SHF. Dada a gravidade dessa associação, mais estudos são necessários a fim de evitar desfechos desfavoráveis.

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