14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA sepse configura-se como uma das síndromes clínicas mais incidentes do mundo. Dessa forma, nos últimos anos houve um grande esforço na produção de pesquisas sobre a epidemiologia dessa disfunção, porém ainda notamos uma certa carência de estudos que avaliem seu padrão temporal, principalmente em estados e municípios brasileiros.
ObjetivoEste projeto busca realizar uma análise da tendência temporal dos casos de sepse no estado de São Paulo entre os anos de 2013 a 2022, a partir de dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde.
MétodoFoi realizado um estudo populacional a partir dos dados obtidos do Sistema de Informação Hospitalar/Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SIH/DATASUS). Para a análise foram consideradas todas as admissões em hospitais que receberam financiamento do SUS localizados no Estado de São Paulo entre 2013 e 2022. Casos de sepse foram definidos quando pelo menos um dos códigos de sepse da CID-10/OMS estava presente ou quando havia uma associação entre códigos de disfunção orgânica e de COVID-19 na base de dados. Foram calculadas as taxas de hospitalização por sepse e a letalidade por sepse. As tendências temporais foram calculadas pelo modelo Prais-Winsten para as taxas de hospitalização e letalidade por sepse ao longo dos anos, com a mudança percentual anual (APC) e intervalo de confiança de 95% (IC95%) representando as tendências.
ResultadosForam identificados 24.142.003 internações no Estado de São Paulo entre os anos de 2013 a 2022, dos quais 456.921 possuíam o diagnóstico de sepse (1,89%). Dentre as internações com diagnóstico de sepse, houve 245.483 óbitos, representando assim uma letalidade de 53,73%. Durante o período estudado foram constatados um total de 1.286.283 óbitos, sendo assim óbitos com sepse representaram 19,08% do total de mortes. Durante o período, houve um aumento na taxa de hospitalização por sepse determinando uma tendência crescente (APC 8.73%; IC95%: 5.72; 11.86) e uma tendência estacionária na letalidade por sepse (APC -0.10%; IC95%: -1.24; 1.03).
ConclusãoApesar do aumento observado nas taxas de hospitalização por sepse, a letalidade permaneceu estável ao longo do período, o que pode ser atribuído a melhorias no diagnóstico e cuidados dos pacientes com sepse durante a hospitalização.