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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-207 - ESTRATÉGIA CARBAPENEM-SPARING EM INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NA PEDIATRIA
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Kharol Neves, Marinei Campos Ricieri, Bianca Sestren, Laura Lanzoni, Mariana Millan Fachi, Fabio Araujo Motta
Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Infecções por Enterobacterales produtores de ESBL (E-ESBL) se mostram uma problemática urgente na saúde pública global. Estudos na pediatria reforçam infecções do trato urinário (ITU) como uma das infecções mais frequentes neste público. A carência de estudos e elaboração de protocolos têm contribuído para um consumo excessivo de carbapenêmicos (CPM). Isso não impacta apenas no paciente, mas também na comunidade, desde mudanças em microbioma ao avanço da resistência antimicrobiana. Como efeito, vem se destacando a implementação de estratégias poupadoras de CPM, conhecidas como “carbapenem-sparing”, para essas infecções, no intuito de auxiliar nos programas de stewardship de antimicrobianos (ASP).

Objetivo

O objetivo deste estudo foi analisar o impacto da estratégia carbapenem-sparing aplicada para ITU, dentro de um ASP de enfermaria.

Método

Registros de acompanhamento do ASP foram utilizados para avaliação farmacoterapêutica de prescrições de CPM em ITU, com aprovação do comitê de ética (CAAE: 68382723.9.0000.5580), no período de janeiro a dezembro de 2022.

Resultados

Foram analisadas 51 prescrições de CPM para ITU, correspondentes a 45% de todas as prescrições de CPM. Dessas, 94% tinham microorganismo isolado, justificando o tempo médio de tratamento de 6 dias (min. < 1; máx. 22), bem estabelecido na literatura e prática clínica. Do perfil infeccioso, 81% foram infecções por Enterobacterales, 64% produtores de ESBL, tendo Escherichia coli como patógeno mais prevalente (43%). Apesar de 84% das prescrições serem guiadas por antibiograma, 74,5% estavam inapropriadas, havendo intervenções em 73,7% dos casos (28/38), com maioria para descalonamento (78%). A resistência à amicacina foi observada em apenas 10% dos casos, reforçando dados da literatura, que a trazem como uma alternativa aos CPM em infecções por ESBL, visto sua estabilidade frente a ESBL e sua ótima atividade PK/PD, incluindo elevada meia-vida no córtex renal, possibilidade de administração de uma única dose diária e baixo impacto na microbiota intestinal, assim como possibilidade de monitoramento sérico. Por fim, entre as complicações, reinfecção corresponde a maior parte (25%), o que coincide com dados da literatura, onde pacientes com comorbidades em trato urinário demonstram uma maior incidência desta complicação.

Conclusão

Este estudo permitiu analisar indicadores positivos do impacto da estratégia carbapenem-sparing em ITU, demonstrando, baseado no perfil epidemiológico da instituição, possibilidades efetivas de poupar CPM.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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