14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoInfecções relacionadas à assistência à saúde (IRAs) apresentam extrema relevância atual pois podem acarretar um aumento expressivo no tempo das internações, elevando significativamente os gastos públicos no SUS. Com intuito de minimizar a disseminação de microrganismos, o uso da radiação UVC surgiu como um importante adjuvante na desinfecção de ambientes hospitalares.
ObjetivoO trabalho tem como objetivo avaliar a carga de microrganismos antes e após o uso da desinfecção UVC como adjuvante ao método de limpeza convencional em ambiente hospitalar.
MétodoO estudo foi realizado na enfermaria de oncologia do Hospital Estadual Mário Covas (HEMC), de onde foram coletadas amostras do leito e seus arredores em 3 momentos distintos: logo após sua desocupação (momento A), após limpeza mecânica realizada pela equipe responsável (momento B) e após a desinfecção com radiação UVC (momento C). As amostras foram semeadas em placas com meio de cultura cromogênico e ágar sangue e quantificadas UFC, comparando os diferentes momentos das coletas.
ResultadosForam obtidas 124 amostras de cada momento (A, B e C) em 8 coletas distintas de 4 quartos da enfermaria oncológica do HEMC. Em relação às culturas feitas em agar sangue (AS), foi observado crescimento microbiano em 79,84%, 64,52% e 27,42%, respectivamente nos momentos A, B e C. Já nos meios cromogênicos, tais porcentagens foram de 74,19% (A), 57,26% (B) e 25,81% (C). Os locais que apresentaram maior taxa de positividade logo após a alta foram os colchões dos leitos, interruptores, suporte de soro e barra de apoio do banheiro. Já os locais que apresentaram maior impacto com o uso da UVC foram as grades dos leitos, interruptores, suporte de soro e barra de apoio do banheiro.
ConclusãoHouve redução da carga microbiana em todos os pontos de coleta após a desinfecção complementada com UVC, mostrando que o uso desta tecnologia em hospitais públicos pode proporcionar, com baixo custo, uma diminuição expressiva de microrganismos ambientais garantindo assim um ambiente microbiologicamente mais seguro para o paciente oncológico.