14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoOs Carcinomas Espinocelulares de Cabeça e Pescoço (CECP) são as neoplasias malignas mais comuns que afetam a cabeça e pescoço e se desenvolvem a partir do epitélio da mucosa em diferentes cavidades. Alguns estudos mostram que em indivíduos submetidos a tratamento radioterápico (RT), a quantificação do vírus Epstein-Barr (EBV) em fluidos, um oncovírus conhecido por estar presente na maioria da população como assintomático, pode fornecer informações que podem auxiliar no rastreamento, diagnóstico e acompanhamento dos indivíduos durante o tratamento.
ObjetivoAssim, o objetivo deste estudo foi caracterizar o EBV quanto à carga viral e genótipos em indivíduos com CECP durante tratamento com radioterapia.
MétodoForam utilizadas amostras de saliva de 20 indivíduos com CECP durante 7 semanas de radioterapia (HC-FMUSP-CAAE-37922114.9.0000.0065). A carga viral do EBV foi realizada por qPCR, enquanto a caracterização dos genótipos (EBV-1 e EBV-2) foi por PCR e eletroforese em gel de agarose. Além disso, foi realizada avaliação do grau de mucosite ao longo das semanas.
ResultadosEm relação ao qPCR foi possível identificar um aumento linear da carga viral do EBV, principalmente a partir da quinta semana, onde houve um aumento exponencial da carga viral semanalmente até a última semana. Nenhuma relação entre os genótipos do EBV e a radioterapia foi identificada, apesar da prevalência do EBV-1. A avaliação da mucosite demonstrou aumento inicial com posterior estabilização.
ConclusãoPortanto, é possível concluir que a carga viral do EBV é influenciada pelo tratamento radioterápico em indivíduos com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço e pode auxiliar na verificação do prognóstico dos indivíduos.