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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-115 - APRESENTAÇÃO COLESTÁTICA PROLONGADA DE HEPATITE A EM VIAJANTE INTERNACIONAL NÃO IMUNIZADO: UM RELATO DE CASO
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Erika Y.M. Bomfim, João Vitor Matachon Viana, Gabriella Cecília Vanin, Mariana Soares Kajita, Marcos Vinicius da Silva
Instituto de Infectologia Emílio Ribas, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A hepatite A é uma infecção viral causada pelo vírus da hepatite A (HAV), transmitida principalmente por via fecal-oral. Com distribuição em todo o mundo, apresenta maior incidência em áreas com saneamento básico precário. Mesmo em locais de baixa endemicidade, os surtos de hepatite A em viajantes continuam a ser uma preocupação de saúde pública, muito relacionada à ausência de imunização nessa população.

Objetivo

Apresentamos um caso de hepatite A colestática, com curso clínico prolongado, em viajante internacional sem imunização prévia.

Método

Este relato foi elaborado com base em revisão de prontuário e da literatura.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 33 anos, natural e procedente de São Paulo, sem antecedentes patológicos relevantes, deu entrada no Instituto de Infectologia Emílio Ribas em dezembro de 2023 com quadro de icterícia e diarreia de início dois meses antes. No início do quadro, encontrava-se na Zâmbia, onde realizava trabalho voluntário. A região não dispunha de saneamento básico, e houve consumo de água não tratada e alimentos de procedência desconhecida. Devido aos sintomas, fora avaliado em serviços de saúde na África do Sul e na Tailândia, onde foram realizadas pesquisas para malária e dengue com resultados negativos. Durante estadia na Tailândia, passou por internação hospitalar breve devido à elevação de transaminases. Investigação de hepatites virais resultou em sorologia reagente para hepatite A, com IgM positivo. Ao retornar ao Brasil, mantinha icterícia, prurido e diarreia. Repetidas sorologias para hepatites virais com manutenção dos resultados encontrados anteriormente. Realizado também painel molecular nas fezes, sem detecção microbiológica. Foram realizados PCR para HAV e HEV nas fezes e no sangue, com detecção de HAV nas fezes. O paciente recebeu acompanhamento ambulatorial e evoluiu com resolução do quadro.

Conclusão

A hepatite A pode apresentar-se de forma variável, desde leve até casos graves com complicações hepáticas. O diagnóstico geralmente é confirmado pela detecção de IgM anti-HAV no soro. A imunização universal no Brasil desde 2014, junto com melhorias no saneamento básico, reduziu a incidência da doença. No entanto, adultos não vacinados, especialmente jovens de classe média-alta e viajantes internacionais, continuam em risco, sendo mais propensos a necessitar de hospitalização. Esses achados enfatizam a importância da vigilância epidemiológica e da ampliação da cobertura vacinal para prevenir novos casos e complicações associadas à hepatite A.

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