14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA hepatite B aguda, causada pelo vírus da hepatite B, é uma preocupação global de saúde devido à sua alta morbimortalidade. Ela pode ser assintomática ou apresentar sintomas como febre, anorexia, náuseas, vômitos e icterícia. Nesse contexto, a análise do perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hepatite B aguda no Brasil é essencial para aprimorar estratégias de controle e prevenção, reduzindo o impacto da doença e promovendo a saúde da população.
ObjetivoAnalisar o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hepatite B aguda no Brasil de 2014 a 2023.
MétodoRealizou-se um estudo ecológico, baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), vinculado ao Departamento de Informações e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram considerados os casos registrados de hepatite B aguda no Brasil no período de 2014 a 2023 e as seguintes variáveis: regiões do Brasil, ano de processamento, faixa etária, gênero e raça/cor. Os dados coletados foram organizados em planilhas do Microsoft Excel e analisados por estatística descritiva.
ResultadosDurante o período analisado, foram registradas um total de 9.575 internações devido à hepatite B aguda em todo o Brasil. Dessas, 901 ocorreram na região Norte (representando 9,4% do total), 4.338 na região Nordeste (45,3%), 2.566 na região Sudeste (26,8%), 1.002 na região Sul (10,5%) e 768 na região Centro-Oeste (8%). Quanto à faixa etária dos pacientes afetados, observa-se uma predominância significativa entre aqueles com idades entre 40 e 69 anos, totalizando 60,5% do número total de casos. Além disso, nota-se uma disparidade de gênero, com uma maioria de casos ocorrendo em homens, representando 70,5% dos acometidos. Em relação à cor/raça, a maioria dos casos foi observada em indivíduos pardos, com 52,6% das ocorrências, seguidos por brancos, que totalizaram 22,2% dos casos. No entanto, é importante destacar que em 20,6% dos casos não há informações disponíveis sobre a cor/raça dos pacientes.
ConclusãoObserva-se uma distribuição geográfica e demográfica variada das internações por hepatite B aguda no Brasil, com predominância nas regiões Nordeste e Sudeste, entre indivíduos por volta da meia-idade e com maior prevalência entre homens e pardos. Essas informações destacam a necessidade de políticas de saúde específicas para cada região e grupo demográfico, visando a prevenção e o controle eficaz da doença em todo o país.