14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA vacina contra o Vírus da Hepatite A (VHA), introduzida no programa nacional de imunizantes no Brasil em 2014, inicialmente recomendada para crianças de 12 a 24 meses, trouxe eficácia significativa ao reduzir casos graves da doença. Estudos revelaram maior incidência de hepatite A em grupos de risco, como pacientes HIV, com curso clínico prolongado. A pandemia de COVID-19 provocou uma queda global de coberturas vacinais.
ObjetivoAvaliar o status vacinal e sorológico para VHA em pacientes com HIV, que enfrentaram dificuldades de acesso à vacinação de rotina durante a pandemia.
MétodoEstudo retrospectivo, utilizando dados de prontuário hospitalar de pacientes atendidos em uma Serviço de Ambulatório Especializado em Infectologia (SAEI) no período de janeiro de 2018 a junho de 2023 (pré, durante e pós-pandemia). Foram incluídos pacientes acima de 18 anos e infectados pelo HIV, coletando-se dados sociodemográficos, contagem de linfócitos T Cd4, data da vacinação para hepatite A, conversão sorológica pós vacina e demais imunizantes contemplados no cartão vacinal do adulto HIV positivo.
ResultadosForam recrutados 59 pacientes, com média de idade de 47 anos, 69% do sexo masculino. A média da contagem de linfócitos TCD4 foi de 670 células/mm3 e a relação TCD4/TCD8 foi de 0,73. Apenas 23% dos pacientes tinham o registo de, pelo menos, uma dose da vacina para hepatite A e todos obtiveram soro conversão. Em relação a vacina contra influenza 13,6% dos indivíduos estavam vacinados no ano de 2020, 6% deles em 2021, 25,4% em 2022 e 54,2% em 2023. Em relação ao imunizante da covid-19, a média de doses para cada paciente foi de 3,5. Para o VHB, 22% dos pacientes tinham 4 doses documentadas e, apenas 15,2% deles têm o anti-HBs acima de 10 Ui/ml.
ConclusãoA prevalência de anticorpos contra o vírus da hepatite A nessa população foi considerada baixa quando comparado com a literatura que demonstra taxas maiores, chegando a 97,7 % de positividade de anticorpos.Durante a pandemia, a queda da vacinação contra influenza foi significativa, porém, mesmo após a flexibilização, no ano de 2023, a taxa de cobertura vacinal foi considerada baixa. Os desafios para manter uma população imunossuprimida em dia com a vacinação são grandes, mas estratégias de saúde pública devem ser montadas para reforçar a importância da vacinação, evitar formas graves de doença e facilitar o acesso dos imunizantes a comunidade.