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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-098 - DENGUE PERSISTENTE EM TRANSPLANTADO RENAL - RELATO DE CASO.
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Jessyka S.A.M. Luz, Manoel L.F. Junior, Ana Paula Okamoto, Ândrey Andreolla, Ana Carolina Oliveira Fiolhino, Augusto Yamaguti, Gabriella Fouraux Gouvêa, Luiza Moraes Mossi, Eric P. Andrade, Ana Clara Viana Sousa
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A dengue é uma arbovirose que tem se expandido mundialmente, mediante as recentes mudanças climáticas, ao aumento populacional global e a urbanização. No Brasil a doença é endêmica, e sazonalmente ocorrem epidemias. Nesse contexto, os pacientes receptores de transplante têm relevância epidemiológica - o Brasil é o segundo país que mais realiza transplantes no mundo. Relatamos o caso de uma paciente com transplante renal internada por dengue.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 57 anos, foi submetida a transplante renal em 2018, fazendo uso de Tacrolimus, Micofenolato e Prednisona como agentes imunossupressores. O início dos sintomas de dengue, ocorreu 9 dias antes da sua internação. Realizado teste rápido imunocromatográfico no 3° dia de sintomas, com NS1 positivo e pesquisa de IgM/IgG negativos. Foi indicada internação por vômitos refratários, dor abdominal e baixa aceitação hídrica por via oral, além de manter queixa de cefaléia intensa. Laboratorialmente apresentou plaquetopenia leve. A melhora da dor abdominal foi precoce com a hidratação, porém demais sintomas persistiram. No 14° dia de sintomas evoluiu com baixa acuidade visual sendo solicitada interconsulta para a oftalmologia. Ao exame oftalmológico, a paciente apresentava acuidade visual de contagem de dedos a um metro em ambos os olhos e, à fundoscopia apresentava edema macular perifoveal bilateral, associado a extenso exsudato algodonoso em feixe papilomacular. No olho direito apresentava hemorragias em chama de vela. Foi aventada a hipótese diagnóstica de vasculite pan retiniana e edema macular. Adicionalmente, foi realizada punção liquórica lombar, com líquor com 15 células (98% de linfócitos) e proteínas de 54 (VR 45). Os sintomas apresentaram remissão concomitantemente a elevação das plaquetas, possibilitando a alta hospitalar no 24° dia de sintoma. A paciente segue em acompanhamento com oftalmologia e infectologia, evoluindo com melhora gradual da acuidade visual em ambos os olhos sem necessidade de tratamento específico.

Conclusão

O uso de imunossupressores pode modificar a apresentação clínica da dengue. Ademais, sugere-se que uma viremia prolongada presente nesses pacientes possa causar casos mais graves e maior duração. A redução da imunossupressão parece não mostrar benefício.Quanto às manifestações oculares da dengue, a maioria são auto-limitadas. Geralmente surgem na fase crítica da dengue (nadir da plaquetopenia) e não necessitam de tratamento específico.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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