A dengue, uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, constitui um grave problema de saúde pública em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. No Estado de São Paulo, sua incidência apresenta flutuações significativas ao longo dos anos, marcadas por picos sazonais que representam desafios consideráveis para o sistema de saúde público. Isso se deve, em parte, à ampla gama de manifestações clínicas da infecção pelo vírus da dengue, que podem variar de leves a graves. No período entre janeiro de 2014 e abril de 2024, foram notificados inúmeros casos, destacando a necessidade de uma análise minuciosa para compreender os padrões de ocorrência e as variações anuais desses eventos.

Compreender a distribuição mensal dos casos de dengue registrados no Estado de São Paulo de janeiro de 2014 a abril de 2024.

Os dados foram adquiridos através de consulta ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), disponível em (http://www.datasus.gov.br), utilizando a base de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). A população de estudo incluiu todos os casos de dengue registrados no Estado de São Paulo no período de janeiro de 2014 a abril de 2024.

Durante o período de 2014 a 2024, o Estado de São Paulo registrou um total de 3.866.595 casos de dengue. Dessas ocorrências, 1.163.269 foram notificadas apenas nos primeiros quatro meses de 2024, representando 30.08% de todos os casos desde 2014. Considerando os casos no período de 2014 a 2023, os números mensais foram os seguintes: janeiro registrou 149.113 casos, fevereiro 343.722, março 629.633, abril 732.795, maio 862.367, junho 259.405, julho 86.682, agosto 41.438, setembro 29.835, outubro 33.918, novembro 45.662 e dezembro 86.095. O ano de 2014 foi especialmente alarmante, com os seguintes números: janeiro registrou 50.172 casos, fevereiro 174.775, março 419.304 e abril 494.683. Os dados foram analisados utilizando o software IBM SPSS STATISTICS 20. Para verificar a normalidade dos dados, aplicaram-se os testes de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov, ambos indicando uma distribuição normal. Para analisar a diferença entre os grupos, empregou-se o teste de ANOVA de medidas repetidas de um fator, com um valor p estatisticamente significante de p: 0,001.

Durante o período de janeiro a abril de 2014, o estado de São Paulo registrou os maiores números de infecções desde o início da série histórica em 2014 para o mesmo período de meses.