14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA malária, uma arbovirose transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, é uma preocupação significativa na região Norte do Brasil, especialmente em Roraima. A exploração ilegal de territórios indígenas por garimpeiros contribui para as altas taxas de infecção, apresentando desafios consideráveis para a redução dos casos.
ObjetivoEste estudo visa realizar uma análise epidemiológica dos casos confirmados de malária em Roraima entre 2018 e 2022.
MétodoEste é um estudo transversal que utiliza análise estatística descritiva. Os dados epidemiológicos foram obtidos da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) e incluem o número de casos de malária em Roraima, com distinção por município de residência, sexo, raça, idade, escolaridade, profissão e óbito.
ResultadosDe 2018 a 2022, Roraima registrou 131.093 casos de malária, com a maior incidência na capital, Boa Vista, representando 29,7% do total. A doença também foi prevalente em outros municípios, como Alto Alegre (18%), Amajari (10%) e Caracaraí (5,6%). A população masculina foi a mais afetada, representando 61,8% dos casos. Em termos de etnia, a população parda teve a maior taxa de notificação (46,67%), seguida pela população indígena (45,88%). A faixa etária mais afetada foi de 20 a 29 anos, representando 22,7% dos casos. Entre os indivíduos afetados, a taxa de analfabetismo prevaleceu (20%). A ocupação mais comum entre os afetados foi a mineração, representando 27% dos casos. Quanto ao número de óbitos (101), a etnia indígena (54%), o sexo masculino (54%) e a faixa etária entre 20 e 39 anos (25,7%) foram os mais prevalentes.
ConclusãoOs dados indicam um aumento nos casos de malária entre 2018 e 2022, com predominância em homens pardos economicamente ativos. As limitações deste estudo incluem a dificuldade em comparar a prevalência da doença em Roraima com outras regiões do Brasil. Além disso, a influência dos garimpos ilegais contribui para o alto número de casos. Notavelmente, a população indígena, com acesso limitado ao Sistema Único de Saúde (SUS), apresenta maior risco de mortalidade por malária.