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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-070 - BOLA FÚNGICA POR MUCORMICOSE: UM RELATO DE CASO
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Ana Elisa Carvalho, Teresinha Célia Mesquita, Eloísa Kohl Pinheiro, Ivana Menezes, Francisco Kennedy S.F. Azevedo, Vitoria Lucchesi Ribeiro, Larissa Lara Galvão Morais, Paula Sossai Rizzo, Paula Francis G.V. Ribeiro, Leticia Rosseto Silva Cavalcante
Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), Cuiabá, MT, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A mucormicose acomete, principalmente, pacientes diabéticos, particularmente os descompensados. A letalidade está entre 40 a 80% e depende das condições de base do paciente e do local de acometimento. A infecção pulmonar geralmente ocorre concomitante com a infecção sinusal e costuma ter evolução rápida, pode ter necrose e isquemia pulmonar e as manifestações são indistinguíveis de outras infecções fúngicas.

Objetivo

Há poucos casos na literatura de bola fúngica por mucormicose, sendo assim, nosso objetivo é evidenciar esta possível apresentação clínica.

Método

Relato de caso, com informações obtidas mediante análise do prontuário médico e revisão bibliográfica.

Resultados

Paciente, masculino, 24 anos, diabético tipo 1 com má adesão ao tratamento e com múltiplas internações devido descompensações, deu entrada em nosso serviço devido hiperglicemia e cavitação pulmonar com imagem sugestiva de bola fúngica. Relato de internação em UTI em outro serviço, há 1 ano, devido cetoacidose diabética já com imagem sugestiva de bola fúngica. Na ocasião, realizada investigação com lavado brônquico com análises BAAR, genexpert e pesquisa para fungos negativas. Em nosso serviço apresentou em tomografia de tórax lesão cavitada de paredes finas obliterando grande parte do lobo inferior direito, medindo cerca de 6,5 cm no maior eixo com presença de imagem sugerindo bola fúngica medindo cerca de 3,9 cm no interior da cavitação. Paciente evoluiu com hemoptise, sendo indicado lobectomia. No dia 20/02/24, foi submetido à lobectomia pulmonar inferior direita, com necessidade de reabordagem precoce devido sangramento. A análise da peça apresentou pesquisa direta para fungos com numerosas hifas hialinas largas separadas e em anatomopatológico numerosas estruturas fúngicas constituídas por hifas espessas, não septadas e bifurcadas, em meio material necrótico, compatíveis com mucormicose. Paciente se manteve em estado grave com necessidade de reabordagens cirúrgicas, entre elas, traqueostomia. Visto esse cenário associado ao perfil de gravidade da mucormicose, realizado Anfotericina Lipossomal por 28 dias. Paciente evoluiu bem sendo decanulado na mesma internação e retornou no ambulatório de infectologia assintomático.

Conclusão

O termo bola fúngica é associado a aspergiloma, sendo a infecção por mucormicose associada classicamente a infecções invasivas, necrotizantes e rinossinusites. Este relato de caso nos permite discutir a possibilidade deste diagnóstico e a necessidade de maior evidência desta forma de apresentação.

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