14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA tuberculose (TB) segue entre as principais causas de morte global, com o surgimento de cepas de Mycobacterium tuberculosis resistentes representando um desafio significativo. A tuberculose multidroga-resistente (TB-MDR), resistente a pelo menos dois medicamentos essenciais no tratamento - rifampicina (RIF) e isoniazida (INH) - representa uma séria ameaça ao controle global da doença. Nesse contexto, é crucial uma análise aprofundada da epidemiologia da condição e dos fatores de risco associados à TB-MDR, visando implementar medidas eficazes de controle e prevenção.
ObjetivoAnalisar a epidemiologia da tuberculose e de sua forma multidroga-resistente e descrever os fatores de risco associados.
MétodoRealizou-se uma revisão integrativa da literatura em abril de 2024, utilizando as bases de dados eletrônicas Biblioteca Virtual de Saúde, Scielo e PubMed e os descritores ''Tuberculosis, Multidrug-Resistant'', ''Therapeutics'' e ''Prevention and Control''. Os critérios de inclusão foram: artigos originais publicados na íntegra, período de 2015 a 2024 e idiomas Português, Inglês e Espanhol. Ao término da análise, foram selecionados 05 artigos para desenvolver o presente estudo.
ResultadosSegundo a Organização Mundial de Saúde, em 2023, o Relatório Global de Tuberculose aponta um aumento alarmante, com 7,5 milhões de casos de tuberculose em 2022, marcando o maior número registrado desde o início do monitoramento, em 1995. No Brasil, de 2015 a 2022, foram registrados 735 mil casos, conforme dados do Departamento de Informações e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). No contexto da tuberculose multidroga-resistente, observa-se que o número de casos no mundo manteve-se estável de 2020 a 2022, totalizando 410 mil casos no ano de 2022. Diversos fatores de risco são apontados como essenciais para o desenvolvimento da TB-MDR, como hospitalizações prévias, coinfeção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), prescrições inadequadas (como altas dosagens e distribuições inapropriadas de drogas), histórico prévio da doença, idade acima de 60 anos, sexo masculino e desnutrição.
ConclusãoObserva-se que a tuberculose multidroga-resistente é resultado de uma interseção complexa de fatores. Para efetivamente controlar essa condição, é crucial investir em diagnóstico precoce e educação em saúde, fortalecer os sistemas de monitoramento da doença, abordar comorbidades relacionadas e controlar o uso inadequado de medicamentos.