14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoMais de 25% das pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) são diagnosticadas com doença avançada no Brasil. A OMS propõe um pacote de medidas para assistência e rastreamento desses casos, com testes rápidos, para reduzir a morbimortalidade.
ObjetivoAnalisar a implementação dessas medidas no Brasil.
MétodoForam incluidas PVHA acima de 14 anos de idade, de maio a dezembro de 2023, nas cinco macrorregiões (Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul) em 23 municípios.
Resultados2651 inclusões de PVHA, sendo que 2383 (89,9%) concluíram todo circuito rápido. De 2651, 3 (0,1%) tinham 0 a 14 anos, 277 (10,4%) 15 a 24, 1124 (42,4%) 25 a 39, 1087 (41,0%) 40 a 59, 160 (6,0%) 60 ou mais. Dentre 2642, 590 (22,3%) eram HSH, 1049 (39,7%) homens cis, 867 (32,8%) mulheres cis, 57 (2,1%) mulheres trans, 39 (1,4%) homens trans, 34 (1,2%) não bináries e 6 (0,2%) travestis. De 2634, 283 pessoas (10,7%) tinham de 0 a 3 anos de estudo, 831 (31,5%) 4 a 7, 971 (36,8%), 8 a 11, 549 (20,8%) 12 ou mais. Em 2636, 650 (24,6%) vieram por busca ativa e tinham LTCD4+ < 200 células/mm3, 1040 (39,4%) receberam o diagnóstico de infecção pelo HIV, 136 (5,1%) em perda de seguimento e vieram por busca ativa, 810 (30,7%) em perda de seguimento e retornaram espontaneamente. 1094/2636 (41,5%) apresentavam estágio 3 ou 4 da OMS e 568 (21,5%) gravemente enfermos. De 1029, 433 (42,0%) tinham < 200 cél./mm3 e 596 (57,9%) ≥ 200 cél./mm3. Receberam sulfametoxazol-trimetoprim 1383/2420 (57,1%). Início precoce de TARV em 1843/2420 (76,1%). Vinte e seis (4,5%) não iniciaram por neurocriptococose, 170 (29,4%) neurotuberculose e 381 (66,0%) por outros motivos. O início da TARV (n = 1843) ocorreu no mesmo dia em 1011 (54,8%) casos, até 7 dias em 210 (11,3%), de 8 a 30 dias 219 (11,8%), 31 a 90 dias 161 (8,7%), após 90 dias 29 (1,5%), sem dispensação 213 (11,5%). De 1763, 362 (20,5%) foram LF-LAM reagentes e 62 (3%) indeterminados. Dentre os 995 sintomáticos, 240 (24,1%) estavam reagentes e dentre os 768 assintomáticos 122 (15,8%) estavam reagentes. De 1844, 82 (3,4%) foram CrAg reagentes. Dentre os 254 sintomáticos, 28 (11,0%) estavam reagentes e dentre os 1504 assintomáticos 48 (3,1%) estavam reagentes. De 1407, 119 (8,4%) foram AgUHisto reagentes. Dentre os 829 sintomáticos, 89 (10,7%) estavam reagentes e dentre os 578 assintomáticos 30 (5,1%) estavam reagentes.
ConclusãoO programa de implementação de assistência e rastreamento foi exitoso no nível populacional, inclusive com diagnósticos precoces em assintomáticos.