14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), cuja transmissão ocorre principalmente via sexual, hematogênica e vertical. A infecção no sistema imune do hospedeiro pelo HIV gera um quadro clínico marcado por três fases: infecção aguda (sintomas gripais, como febre e mialgia), estágio de latência (quadro assintomático) e AIDS propriamente dita (sintomas de imunodeficiência, como infecções oportunistas e neoplasias). Como a AIDS representa um grave problema de saúde pública, urge a necessidade de um estudo epidemiológico no país para que sejam elaboradas políticas públicas eficazes.
ObjetivoAnalisar o perfil epidemiológico da AIDS no Brasil entre 2013 e 2022.
MétodoEstudo epidemiológico descritivo retrospectivo com base em dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações do Sistema Único de Saúde (SINAN), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL). Incluíram-se os casos notificados de AIDS entre 2013 e 2022 no Brasil. As variáveis utilizadas foram ano do diagnóstico, sexo, região de notificação e unidade da federação de notificação.
ResultadosNotificaram-se 385458 casos de AIDS, sendo 265209 homens (68,8%) e 120249 mulheres (31,2%). Observou-se maior número em 2013, com 43660 casos (11,32%), seguido de 2014 com 42414 (11%), 2015 com 41317 (10,71%), 2016 com 39690 (10,3%), 2017 com 38882 (10,1%), 2018 com 38498 (10%), 2019 com 38282 (9,93%), 2022 com 36745 (9,53%), 2021 com 35412 (9,18%) e 2020 com 30557 casos (7,93%). Quanto às regiões de notificação, destaca-se a região Sudeste, com 89439 casos (23,20%), seguida pela Nordeste com 53917 (14%), Sul com 50744 (13,16%), Norte com 23688 (6,15%) e Centro-Oeste com 17501 (4,54%), além dos 150169 casos (38,95%) classificados como ignorado/exterior. Especificamente no Sudeste, tem-se um predomínio de notificação no estado de São Paulo, com 53072 casos (59,33%), seguido por Rio de Janeiro com 17486 (19,55%), Minas Gerais com 14880 (16,64%) e Espírito Santo com 4003 (4,48%).
ConclusãoA maioria dos pacientes com AIDS foram do sexo masculino, provavelmente por existir uma baixa procura de atendimento médico por parte dessa população, com predomínio no estado de São Paulo. Constatou-se que o ano de 2020 apresentou uma queda significativa de casos notificados, o que pode ser relacionado à pandemia de COVID-19 enfrentada em tal período, já que o isolamento social estabelecido dificultou a transmissão da doença via sexual.