14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA tuberculose (TB) é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium tubeculosis, disseminando-se através de tosse ou espirro de pessoas infectadas. O Brasil figura entre os 30 países com maior incidência de TB, registrando mais de 1 milhão de casos entre 2010 e 2021. Em 2019, ocorreu o maior número de casos confirmados da doença, apresentando uma taxa de mortalidade de 2,2 óbitos por 100 mil habitantes. No entanto, a partir de 2020, houve uma queda na detecção.
ObjetivoConsiderando o contexto da pandemia como um dos principais obstáculos para o controle de TB no país e a escassez de literatura sobre o tema até 2022, este estudo visa analisar os dados de TB no Brasil entre 2018 e 2022.
MétodoEstudo transversal ecológico realizado por meio de dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no Brasil nos anos de 2018 a 2022. Foi realizada análise descritiva para analisar o número total de casos confirmados de TB em pacientes de todo o país em cada ano, excluindo qualquer variável, como faixa etária, raça, escolaridade ou sexo, ou divisões por região. A pesquisa foi realizada com dados secundários de acesso público, dispensando-se a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.
ResultadosNos anos de 2018 e 2019, os casos notificados de TB no Brasil eram elevados, com 92.003 casos em 2018 e um aumento de 1356 casos no ano seguinte. Porém, nos anos que coincidem com a pandemia houve uma significativa redução, com 83.472 casos em 2020 e 88.078 em 2021. Entretanto, em 2022, o número de casos voltou a aumentar, registrando 95.296 indivíduos infectados.
ConclusãoDestacando-se o padrão de expressiva incidência de TB no país, principalmente nos anos de 2018 e 2019, o esperado seria uma tendência crescente significativa na notificação de novos casos para os anos subsequentes. Porém, entre 2020 e 2021, houve uma queda nas notificações dos casos de TB, na taxa de cura da doença e nos níveis de adesão ao tratamento. Logo, este estudo sugere a subnotificação de casos da doença nesse período, onde houveram mudanças significativas na organização dos serviços de saúde durante a pandemia do COVID-19. Conclui-se então que no contexto de pós-pandemia atesta-se a persistência dessa enfermidade no Brasil e a urgência por medidas de prevenção e tratamento para a melhoria dos indicadores desta doença no país.