14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA Dengue constitui um grave problema de saúde pública mundial. Em 2023 observou-se uma elevação histórica do número de casos, acima de 6,5 milhões em todo o mundo, com mais de 1,5 milhão de casos prováveis no Brasil, sendo a taxa de letalidade de alarmantes 4,4%. A arbovirose é causada pelo vírus da dengue, pertencente ao gênero Flavivirus, possuindo quatro sorotipos. A infecção é normalmente oligosintomática, cursando com febre alta, cefaléia e mialgia intensas, podendo evoluir com casos graves e potencialmente fatais. O Nordeste do Brasil tradicionalmente notifica muitos casos da doença, porém ainda há necessidade de mais estudos epidemiológicos na região, sobretudo no estado de Sergipe.
ObjetivoAnalisar a incidência e aspectos epidemiológica da Dengue em Sergipe, durante o período de 2020 a 2024.
MétodoRealizou-se um estudo observacional, transversal, através da análise do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao DATASUS do Ministério da Saúde, sendo utilizados como filtro casos notificados no estado de Sergipe, no período de 2020 a 2024.
ResultadosNo período analisado, foram observados um total de 13.867 casos prováveis de Dengue. O ano de 2022 foi o que mais registrou casos da doenças (5.203 casos), sendo que 2024, até a décima sexta semana epidemiológica, já acumula inéditos 3.180 casos. A maioria das notificações se concentrava na faixa etária de 20-39 anos (34,7%), sendo o sexo feminino mais atingido (54,7%). Ao todo foram notificadas 1.231 hospitalizações, com 26 casos evoluindo ao óbito por Dengue, sendo 12 (46%) desses óbitos apenas em 2022. Quanto aos dados acerca da evolução/desfecho do quadro, a maioria dos casos evolui com cura (81,9%%), sendo a evolução ignorada em 21,2% das notificações. Observou-se ainda que em 2024 houve um aumento de 1.439,4% no número de casos descritos como “ignorados/branco”, denotando uma expressiva piora na notificação.
ConclusãoNo estado de Sergipe, entre 2020-2024, a notificação de Dengue acumulou quase 14.000 casos, com pico em 2022 e piora importante nas primeiras semanas epidemiológicas de 2024. Foi observada uma piora na notificação dos casos, principalmente quanto a evolução/desfecho dos pacientes, o que demonstra uma falha na notificação dos casos.