Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 3 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Este projeto descreve a distribuição espacial de lesões neoplásicas de colo uterino secundárias à infecção por HPV em mulheres de população ribeirinha na Amazônia (rios Madeira e Negro) atendidas por um programa humanitário.
Objetivo: Verificar a prevalência de lesões precursoras do câncer do colo uterino e infecção pelo papilomavírus humano em mulheres da população ribeirinha de afluentes dos rios Negro e Madeira atendidas pelo programa humanitário Doutores das Águas.
Metodologia: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Santo Amaro, SP (Plataforma Brasil ‐ CAAE: 61414216.4.0000.0081). O estudo descreve a ocorrência de lesões neoplásicas em colo uterino por HPV em mulheres habitantes das margens dos rios Negro e Madeira atendidas por grupo humanitário Doutores das Águas, segundo prevalência em cada vilarejo e respectiva distribuição espacial de cada tipo de lesão, com o uso de técnicas de geoprocessamento (Terraview 4.2.0, INPE). Cada mulher atendida pelo programa e que consentiu participar foi submetida ao exame colpocitológico. Coletaram‐se 123 raspados epiteliais de colo uterino, mantidos em meio conservante (Cellpreserv™) e enviados a laboratório para análise por técnica automatizada KLP 2000 (Kolplaste). Dois citopatologistas distintos analisaram de forma independente os materiais celulares corados por técnicas de Papanicolaou e classificaram os resultados segundo o sistema Bethesda (2011).
Resultado: Das 123 amostras, 65 eram mulheres ribeirinhas do Rio Negro e, entre elas, 12,3% mostraram lesões intraepiteliais escamosas com potencial neoplásico. Dessas, 1,5% eram células escamosas atípicas de significado indeterminado (Ascus), 6,1% lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) e 4,6% lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). As demais 58 amostras eram de mulheres ribeirinhas do rio Madeira e 6,7% mostraram lesões intraepiteliais de colo uterino com potencial neoplásico; dessas, Ascus (1,7%), LSIL (1,7%) e HSIL (3,5%). As taxas por vilarejo serão mostradas em mapas com coordenadas geográficas.
Discussão/conclusão: A relação entre o câncer de colo uterino e a infecção por HPV é bem estabelecida. Essa neoplasia constitui um problema de saúde pública e a sua distribuição espacial é dado essencial para definir políticas públicas, especialmente aquelas voltadas para populações isoladas e com limitado acesso a sistemas estruturados de saúde.