Na pediatria, os vírus respiratórios têm grande impacto na prática clínica, configurando uma importante causa de internação hospitalar. conhecimento dos vírus mais prevalentes e suas características tornam-se fatores fundamentais para o melhor manejo dos pacientes pediátricos.
ObjetivoAvaliar a curva epidemiológica dos principais vírus respiratórios identificados em hospital terciário de referência à população pediátrica no município de São Paulo durante entre Abril de 2021 a Abril de 2022.
MétodoEstudo retrospectivo, que avaliou a incidência de casos de vírus respiratórios entre Abril de 2021 a Abril de 2022, em sintomáticos ambulatoriais e internados no Instituto da Criança e do Adolescente, detectados através de Painel Respiratório qualitativo por RT-PCR para os seguintes patógenos: Coronavírus humano, SARS-CoV-2, Rinovírus humano/Enterovírus (REV), Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Metapneumovírus humano, Influenza A e B, Parainfluenza humano e Adenovírus humano (HAdV). O grupo dos coronavírus foi separado entre o SARS-CoV-2 e o grupo “Coronavírus” com os demais sorotipos.
ResultadosNos isolados nos painéis respiratórios (Gráfico 1) observa-se o predomínio do REV ao longo do período, com de detecção em Agosto/21 (110 isolados positivos) e vale em Janeiro/22 e Fevereiro/22 com 20 e 18 isolados respectivamente, período precedido por um aumento da circulação de Influenza com pico de 87 detecções em Dezembro e, também, da variante Ômicron do SARS-CoV-2. A segunda maior detecção ocorre com o Parainfluenza (239 isolados), com predomínio entre Agosto a Dezembro, concentrando 79,9% do total de casos. O VSR foi o terceiro mais prevalente (n=231), destacando-se uma mudança no seu padrão sazonal nos meses de inverno, com seu pico de detecção ocorrendo ao final do ano. No Gráfico 2, expusemos a distribuição dos 7 principais patógenos isolados nos painéis virais. No total, foram solicitados 2037 painéis, com uma taxa de detecção no período de 65,3%. As codetecções somaram 25,1% dos isolados, com 334 amostras (Gráfico 4). A Tabela 1 correlaciona os principais patógenos e fornece o número de isolados em que aparece em concomitância com os demais vírus.
ConclusãoA análise de nossas amostras evidencia a maior prevalência do REV na população pediátrica, além da modificação da sazonalidade do VSR no período, bem como a queda de circulação de todos os vírus estudados com a chegada da variante Ômicron.