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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 232
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DIFICULDADE EM DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DE LYME
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Natália Gouveia dos Santos Arantesa, Rodrigo Juliano Molinaa, Letícia Vieira Maiab, Bruna de Sousa Costab, Adam Krisller dos Reis Guimarãesa, Sarah Cristina Sato Vaz Tanakaa, Sebastião Milundo da Costa Issenguela, Chrystian Coelho Lemesc, Ritta Cristina Ramosd
a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
b Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (IMEPAC), Araguari, MG, Brasil
c Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Presidente Prudente, SP, Brasil
d Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas, RS, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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A borreliose de Lyme é uma doença causada pela bactéria Borrelia burgoferi, transmitida pela picada de carrapatos do gênero Ixodes, sendo transmitida no Brasil através do Amblyomma cajennense, o “carrapato-estrela”. As manifestações clínicas são diversas sendo o “eritema migrans” a principal lesão cutânea que se inicia como uma mácula no local de inoculação e expansão posterior durando semanas. Os sinais e sintomas da doença são inespecíficos e incluem febre, sudorese, astenia, dor ou rigidez de nuca, dores articulares, mialgia, cefaleia, parestesia, comprometimento cognitivo. Nos casos dos pacientes sem o eritema, o diagnóstico é dificultado, podendo levar à piora ou óbito. Mulher, 15 anos, iniciou febre até 39ºC sem outras queixas. Evoluiu com cefaleia intensa, vômito cerebral, anorexia e desidratação. Nos atendimentos médicos recebeu hidratação e coleta de exames que mostraram hematúria, leucocitúria, presença de corpos cetônicos e células epiteliais frequentes. Sete dias após o início dos sintomas, a paciente apresenta nucalgia sem sinais de irritação meníngea. No 11 dia houve piora clínica, com fraqueza extrema, paralisia de VI par craniano, diplopia, estrabismo convergente e papiledema bilateral. O exame de líquor constatou líquido turvo, proteinúria, hipoglicorraquia e pleocitose. Tomografia de crânio sem alterações. Foi prescrito sintomáticos e Prednisolona. Após nove dias, novo líquor mostrou pleocitose e hipoglicorraquia. O hemograma evidenciou anemia microcítica, leucocitose com neutrofilia e monocitose, elevação de transaminases e alfa-globulina 2. Após um mês do início do quadro, foi iniciado prova terapêutica para tuberculose meníngea. Com um mês de tratamento houve melhora clínica e das transminases; líquor sem alterações. Entretanto, ao fim do tratamento, a paciente reiniciou cefaleia e sudorese noturna. Os exames laboratoriais apresentaram hemograma com anisocitose, hipocromia e microcitose, trombocitopenia, leucopenia com neutropenia e atipia de linfócitos; com sorologia para Doença de Lyme IgG positivo. Iniciou-se Ceftriaxona 2 g. Após um mês uma nova sorologia para doença de Lyme evidenciou IgM positivo e IgG negativo. A paciente evoluiu com bom estado geral, sem queixas, recebendo alta do tratamento. Nove meses depois da alta, a paciente iniciou artralgia punhos. Este relato mostra a importância, nos quadros de difíceis diagnósticos, de se pensar em outras patologias, muitas vezes raras no nosso meio e sem uma forte epidemiologia.

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