Journal Information
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 97 (December 2018)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 97 (December 2018)
EP‐123
Open Access
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE FEBRE AMARELA: O DESAFIO DE SEPARAR O JOIO DO TRIGO EM UMA EPIDEMIA
Visits
5023
Letícia Mattos Menezes, Lívia S.C. Fonte Boa, Leonardo Soares Pereira, Ricardo L. Fontes Moreira, Flávia Mansur Starling, Lívia F.C. Melo
Hospital Eduardo de Menezes (HEM), Belo Horizonte, MG, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 10:30‐10:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: A febre amarela (FA) produz amplo espectro de manifestações clínicas, varia de infecção leve e inaparente a formas graves com manifestações hemorrágicas, insuficiência hepática fulminante, injúria renal e óbito. Minas Gerais enfrenta um surto de FA desde 12/2016. O 2° período de monitoramento da FA (07/2017‐06/2018) contabilizou 528 casos, entre eles 177 óbitos (33,5%). No Hospital Eduardo de Menezes foram admitidos 376 casos suspeitos de FA de 07/17 até 04/18. Vários deles apresentavam na verdade patologias que fazem parte dos diagnósticos diferenciais de FA e tornou‐se evidente a dificuldade de diferenciação entre eles.

Objetivo: Apresentar diagnósticos finais dos casos suspeitos em que FA foi descartada e discutir os motivos da dificuldade de diagnóstico na epidemia.

Metodologia: Foram considerados casos confirmados aqueles com PCR detectável para FA ou IgM detectável para FA e não detectável para dengue.

Resultado: Entre os 376 pacientes admitidos, FA foi descartada em 143. Desses, 35% ficaram sem patologia final definida. Entre os diagnósticos clínicos observados destacam‐se doenças das vias biliares (11%), infecções pulmonares (9%), hepatites virais (6%), infecções do trato urinário (5%), leptospirose (5%) e hepatite alcóolica (3%). Suspeitou‐se de reação contra vacina de febre amarela em 3% dos casos. Confirmou‐se dengue em 3% dos pacientes. Outras causas menos comuns foram cirrose descompensada, encefalite herpética, abuso de Aines, gastroenterites, leishmaniose, parotidites, doença de Crohn e esferocitose, que somadas contabilizaram 6% dos casos.

Discussão/conclusão: A apresentação clínica inicial inespecífica e a rapidez entre os primeiros sintomas e a evolução para óbito justificam a necessidade de internação precoce. No contexto de uma epidemia de doença com tal letalidade há de se manter alta sensibilidade de suspeição. Consequentemente, muitos casos suspeitos tiveram o diagnóstico de FA descartado. Paradoxalmente, alguns fatores contribuíram para que muitos casos não chegassem até o hospital especializado. Entre eles destacam‐se os exames laboratoriais nem sempre disponíveis na atenção primária, as dificuldades metodológicas na dosagem de aminotransferases e a falta de um teste rápido para FA. Além disso, a doença e seus mecanismos ainda são mal compreendidos e não existem scores clínicos e laboratoriais para predição diagnóstica ou de gravidade da FA. Atualmente, a avaliação clínica criteriosa e os antecedentes epidemiológicos ainda são os maiores aliados para o diagnóstico da FA.

Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools