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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-059
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DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO DE CAPA (COVID-19 ASSOCIATED PULMONARY ASPERGILLOSIS) EM UM HOSPITAL QUATERNÁRIO DO BRASIL
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Isabela C.L.V. Cruz, Marcello Mihailenko Magri
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S2
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Introdução

A aspergilose pulmonar invasiva (API) é a manifestação clínica mais grave das causada pelo Aspergillus e é associada à imunossupressão.

No fim de 2019, com a emergência da COVID-19, diversos relatos de coinfecção com API surgiram, chamados de CAPA (COVID associated pulmonary aspergillosis).

Há uma predominância dos casos na Europa, com alta letalidade (56%) e incidência de até 35% dos pacientes internados. Embora exista uma recomendação internacional para definição e critérios de CAPA, não há um consenso quanto a ela e o diagnóstico da patologia é complexo. No Brasil, temos poucos trabalhos voltados para a doença e muitos desafios para o diagnóstico.

Objetivo

Avaliar a incidência de casos de CAPA no nosso hospital, avaliando os escores diagnósticos para a doença existentes.

Método

Avaliação retrospectiva dos pacientes suspeitos de CAPA internados com SRAG por COVID-19 no complexo hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo entre abril de 2020 e abril de 2021. Pela análise de prontuário médico, identificamos os casos com suspeita clínica, radiológica ou microbiológica e os classificamos utilizando quatro algoritmos para API {EORTC/MSGERC; AspICU; IAPA e ECMM/ISHAM}.

Resultados

Analisamos 6.746 pacientes internados, evidenciando 31 suspeitos de CAPA, dos quais 93% estavam em ventilação mecânica. O uso de corticoides foi visto em 93% dos casos e o SAPS 3 teve mediana de 70. Apenas 1 paciente apresentou neutropenia e 6 tinham fator de imunossupressão. 21 pacientes tiveram cultura positiva para Aspergillus em trato respiratório, sendo 17 em secreção traqueal e 1 em lavado broncoalveolar (LBA). 10 foram diagnosticados por galactomanana, sendo 6 em soro e 4 em LBA. A mediana de tempo do início do COVID-19 até o diagnóstico de CAPA foi de 23 dias. Só 14 pacientes foram tratados, sendo 64% com voriconazol. 20 evoluíram para óbito em até 30 dias, com uma letalidade de 67%. Segundo o consenso de CAPA do ECMM/ISHAM, vimos 17 casos de CAPA possível,11 de CAPA provável e 2 sem critérios. Pelo EORTC/MSGERC, foram 3 prováveis e 27 sem critérios; pelo AspICU, 5 colonizações, 12 possíveis e 13 prováveis e pelo IAPA, 13 prováveis e 18 sem critérios.

Conclusão

Vimos uma baixa incidência de CAPA em nosso serviço, mantendo uma alta letalidade. Enfatizamos a importância do diagnóstico precoce e da realização de LBA, pois a baixa quantidade LBA pode ter subestimado nossa incidência. O consenso do ECMM/ISHAM parece ser o mais sensível para diagnosticar CAPA.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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