IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA infecção pelo HIV persiste como um grande problema de saúde pública mundial, estima-se que em 2022 cerca de 1,3 milhão de pessoas foram infectadas pelo vírus. O HIV é responsável pela progressiva destruição de linfócitos TCD4 e na ausência de tratamento adequado pode evoluir para a AIDS, aumentando a vulnerabilidade do indivíduo a doenças oportunistas e alterações no funcionamento do organismo.
ObjetivosAvaliar a força muscular respiratória, desempenho físico, e a correlação entre estas variáveis em pacientes hospitalizados com HIV/AIDS.
MetodologiaEstudo transversal, conduzido em um hospital referência em infectologia. aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa 0034 sob parecer n° 5.749.312. Foram incluídos pacientes com diagnóstico positivo de HIV, idade superior a 18 anos, responsivos a comandos verbais, que assinaram o TCLE. Dados clínicos foram coletados para descrever o perfil dos participantes; a manovacuometria analógica foi utilizada para mensurar a pressão inspiratória máxima (PImáx) e pressão expiratória máxima (PEmáx) e o Short Physical Perfomance Battery (SPPB) para avaliar a funcionalidade de membros inferiores. Para análise estatística, foram utilizados o Teste T e o teste de correlação de Pearson.
ResultadosForam incluídos 60 participantes, prevalência de faixa etária de 31 a 59 anos (80%) e do sexo masculino (58,3%). Em relação à carga viral, a maior parte (33,3%) dos participantes com valor < 50 cópias (indetectável) e 55% com contagem de células TCD4 < 200 cel/mm³. Observou-se que 60% dos participantes apresentaram redução da PImáx e 61,7% redução da PEmáx em relação ao predito conforme a equação de Neder. A análise funcional demonstrou que apesar da redução na força muscular respiratória, os participantes foram classificados com bom desempenho no SPPB (média 10,55 pontos). Observou-se correlação entre SPPB e PImáx (r = 0,516 e p < 0.001), e entre SPPB e PEmáx (r = 0,601 e p < 0.001).
Conclusãoparticipantes com HIV/AIDS hospitalizados apresentaram redução da PImáx e PEmáx, o que indica ocorrência de fraqueza da musculatura respiratória. A correlação estatisticamente significativa entre SPPB e PImáx e PEmáx denota que quanto maior a força da musculatura respiratória, melhor foi o desempenho funcional destes indivíduos. Ressalta-se, portanto, a necessidade de incluir o treinamento muscular respiratório no programa de reabilitação para essa população, com o objetivo de restabelecer a força muscular respiratória comprometida.