XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoCurvas epidêmicas permitem conhecer a evolução de uma epidemia. Para isso, a média móvel foi bastante utilizada, entretanto, ela não possibilita a operação da aceleração por não ser derivável. Nesse viés, o objetivo desse trabalho foi avaliar as acelerações das curvas epidêmicas da COVID-19 no estado da Bahia.
MetodologiaTrata-se de um estudo observacional e descritivo que analisou a aceleração dos casos novos de COVID-19 no estado da Bahia. Os dados foram obtidos no site do Ministério da Saúde, abrangendo o período de 25 de fevereiro de 2020 a 25 de novembro de 2021. O término da primeira onda (25/10/2020) e segunda onda (25/10/2021) foram determinados no final da curva descendente, com a adição de 30 dias, por meio da leitura direta das curvas epidêmicas extraídas do gráfico da série temporal. Para calcular a aceleração, utilizamos o método polinomial para gerar a curva epidêmica. O polinômio foi obtido por meio do software MATLAB (MathWorks, Matlab R2008a, Natick, Massachusetts, EUA). A aceleração foi determinada pela primeira derivada do polinômio. Durante a fase descendente da curva, a aceleração foi interpretada como desaceleração. Por se tratar de um banco de domínio público, não foi necessário submeter o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa.
ResultadosO período da primeira onda compreendeu o intervalo de 25 de fevereiro de 2020 a 25 de novembro de 2020, totalizando 243 dias. O polinômio revelou um pico de 3229 novos casos/dia no 154° dia da série. A aceleração máxima registrada foi de 54,1 casos novos/dia² no 112° dia da série, correspondente ao dia 16 de junho de 2020. A desaceleração na primeira onda foi de 38,8 casos novos/dia² no 194° dia da série, representando o dia 6 de setembro de 2020. Já a segunda onda ocorreu entre 26 de novembro de 2020 e 25 de novembro de 2021, totalizando 364 dias. O polinômio revelou um pico de 3749 novos casos/dia no 167° dia da série. A aceleração máxima registrada foi de 26,4 casos novos/dia² no 39° dia da série, correspondente ao dia 4 de janeiro de 2021. Na segunda onda, a desaceleração de 43,7 casos novos/dia² ocorreu no 244° dia da série, representando o dia 28 de julho de 2021.
ConclusãoPortanto, a aceleração e a desaceleração de casos novos da segunda onda da COVID-19 no estado da Bahia foram menores quando comparadas à aceleração da primeira onda, mostrando, provavelmente, a influência inicial das ações de combate à pandemia.