XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoOs acidentes de trabalho com materiais perfurocortantes e exposição a materiais biológicos são recorrentes entre estudantes da área de saúde de todo o país. Apesar das normas de biossegurança vigentes, o número de casos notificados de acidentes do tipo reencape no estado da Bahia não apresentam a diminuição esperada nos últimos 5 anos, o que coloca em risco a vida desses futuros profissionais da saúde. Esse trabalho visa analisar os dados sobre acidentes de trabalho do tipo reencape por estudantes e médicos residentes, comparando os índices do estado da Bahia com outros estados do Brasil.
MétodosTrata-se de um estudo observacional, ecológico, analisado por meio de estatística descritiva, com levantamento de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS) realizado em fevereiro de 2023. Considerou-se os acidentes de trabalho por reencape de agulha com exposição a material biológico por médicos residentes e estudantes na Bahia e no Brasil, de janeiro de 2018 a dezembro de 2022.
ResultadosNo Brasil, foram notificados 535 acidentes de trabalho com exposição a material biológico entre estudantes e médicos residentes, entre os anos de 2018 e 2022. Com um recorte regional, observou-se um número de 119 ocorrências do mesmo tipo durante o mesmo período na região Nordeste, as quais representam 22% dos casos a nível nacional. Na região nordestina, houve uma diminuição de acidentes notificados entre os anos de 2018 e 2020 e, posteriormente, um aumento de cerca de 26% entre os anos de 2021 e 2022. No estado da Bahia, foram notificados 25 acidentes com exposição a materiais biológicos do tipo reencape entre 2018 e 2022, nos períodos de janeiro a dezembro, o que constitui cerca de 21% dos casos da região Nordeste.
ConclusãoOs acidentes de exposição a materiais biológicos entre os estudantes e médicos residentes correspondem a uma porção pouco expressiva em comparação com as demais regiões brasileiras. Entretanto, a constância de notificações durante esses anos refletem a baixa aplicação das normas de biossegurança entre os estudantes e médicos residentes da Bahia/Brasil, o que coloca em risco a integridade desses indivíduos.