XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs hepatites virais representam um importante desafio de saúde pública no Brasil, sendo as mesmas, distribuídas em A, B, C, D e E. Cada subtipo possui características distintas em relação à sua transmissão, gravidade e evolução clínica, demandando abordagens específicas de prevenção, diagnóstico e tratamento. O Brasil é um país vasto e diverso, dividido em cinco macrorregiões geográficas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Com isso, cada macrorregião possui particularidades socioeconômicas, culturais e epidemiológicas, que podem influenciar a dinâmica das hepatites virais em suas respectivas populações. O objetivo do presente trabalho é analisar o quadro atual das hepatites virais nas macrorregiões do Brasil, abordando os aspectos epidemiológicos.
MetodologiaÉ um estudo ecológico e quantitativo, utilizando dados do Ministério da Saúde através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) quanto aos casos confirmados de hepatites virais nas macrorregiões do Brasil entre 2017 a 2020, incluindo idade entre 20 a 64 anos e sexo. Foram excluídos raça/cor, classificação e evolução clínica.
ResultadosForam registrados 65.081 casos de hepatites virais, sendo 37,7% na Região Sudeste, seguida da Sul (34,4%), Nordeste (11,07%), Norte (10,6%) e Centro-Oeste (6,21%). A maior incidência em relação ao sexo foram registradas em homens representando 38.536 casos (59,2%), seguido das mulheres com 26.545 notificações (40,7%). Já a maior ocorrência em relação a idade foi entre 40 e 59 anos com 36.124 casos (55,5%), seguido de 20 a 39 anos com 21.541 (33,0%) e entre 60 e 64 anos com 7.416 (11,39%). Com isso, a Região Sudeste registrou o maior número de casos de hepatites virais, isso pode ser atribuído ao fato de que a mesma é a mais populosa do país. Já a diferença entre os sexos e idades pode ser atribuída a fatores comportamentais e ocupacionais, como maior exposição a comportamentos de risco, incluindo o uso de drogas injetáveis e práticas sexuais desprotegidas.
ConclusãoOs resultados revelados neste presente trabalho destacam a relevância de abordagens regionalizadas e segmentadas para o controle das hepatites virais no Brasil. É fundamental investir em estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento adequadas, considerando as particularidades de cada macrorregião e os grupos populacionais mais afetados.