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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-056
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CASO FATAL DE MENINGOENCEFALITE POR SARS-COV-2 EM PACIENTE COINFECTADO COM INFLUENZA A
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Luís Arthur Brasil Gadelha Farias, Francisco José Cândido da Silva, Karene Ferreira Cavalcante, Jovino Antônio Ribeiro de Oliveira, Kelma Maria Maia, Lisandra Serra Damasceno
Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza, CE, Brasil
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Introdução

Manifestações neurológicas causadas por SARS-CoV-2 foram relatadas em uma variedade de síndromes e sintomas, como meningoencefalite, mielite e encefalomielite aguda (ADEM) durante a pandemia de covid-19. No início de 2022, o Brasil experimentou um surto de Influenza simultaneamente à terceira onda de covid-19.

Objetivo

Relatar um caso de meningoencefalite causada por SARS-CoV-2 associado a infecção respiratória por Influenza A em um hospital terciário em doenças infecciosas, em Fortaleza, Ceará, Brasil.

Método

Trata-se de um estudo de relato de caso realizado através da revisão de prontuário.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 31 anos, sem comorbidades, deu entrada na emergência em janeiro/22, com história prévia de cinco dias de coriza, febre e tosse. Dois dias após a resolução dos sintomas gripais, o paciente iniciou quadro de cefaleia, rigidez de nuca, alterações de comportamento e agressividade. Apresentava imunização para covid-19 com duas doses de vacina inativada para SARS-CoV-2. Ao exame físico, o paciente apresentava-se desorientado, e com episódio de convulsão tônico-clônica generalizada, sendo revertida com anticonvulsivantes. Foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por déficit sensorial e sonolência. Realizou tomografia computadorizada de crânio e radiografia de tórax que não apresentaram alterações. A análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) revelou contagem de células de 553 células/mm3 (91% de linfócitos e 8% de monócitos), glicose 60 mg/dL, proteína 61,6 mg/dL, lactato de 32 mg/dL, e bacterisocopia negativa. SARS-CoV-2 foi identificado no LCR por meio de reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR), utilizando o kit Allplex™ SARS-CoV-2/FluA/FluB/RSV. Influenza A foi detectado no swab nasofaríngeo utilizando o mesmo teste do LCR. Entretanto, SARS-CoV-2 não foi detectado na amostra de swab nasofaríngeo. No 3° dia de UTI, o paciente apresentou estado de mal epiléptico e necessidade intubação orotraqueal, evoluindo com parada cardiorrespiratória súbita e óbito.

Conclusão

A circulação de vírus respiratórios simultaneamente, durante a pandemia de covid-19, propiciou uma maior possibilidade de coinfecções virais. Aqui descrevemos um caso de meningoencefalite relacionada ao SARS-CoV-2 em um paciente também infectado por Influenza A com evolução fatal. Entretanto, o impacto destas coinfecções na patogenia e evolução clínica ainda é desconhecido. Mais estudos são necessários para entender o papel das coinfecções virais na gravidade destes pacientes.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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