XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA expansão do tratamento preventivo da tuberculose (TPT) é estratégica na meta de eliminação da doença como problema de saúde pública até 2035. Este estudo avaliou a cascata de cuidado da infecção tuberculosa latente (ILTB) em pacientes transplantados de órgãos sólidos e transplante de células pluripotentes hematopoiéticas (TCPH) em um hospital de referência.
MétodosEstudo descritivo, transversal, epidemiológico operacional; foram incluídos pacientes candidatos/transplantados notificados para ILTB no período de janeiro de 2009 a julho de 2022.
ResultadosConsiderando os pacientes transplantados no período de estudo foram notificados 5,18% casos de ILTB; dentre os transplantados hepáticos (TxH), 7,03%, nos transplantados renais (TxR), 6,3%, nos TCPH, 0,95% e nenhum no transplante cardíaco. Foram avaliados 194 pacientes com ILTB: 74 candidatos à transplante hepático (TxH), 114 candidatos a transplante renal (TxR) e seis candidatos a TCPH. O diagnóstico de ILTB foi realizado por meio do teste tuberculínico em 84,02% dos pacientes, nos demais foi embasado na história clínica e exame radiológico. O regime terapêutico consistiu em isoniazida (6-9H) em 97,42%, rifampicina (4R) em 1,55% e rifapentina associada a isoniazida (3HP) em um caso. O tratamento foi concluído em 82,47% deles; 3,1% dos pacientes tiveram o tratamento suspenso por toxicidade. Após o tratamento para ILTB, apenas um paciente desenvolveu TB ativa.
ConclusãoNo grupo avaliado foram detectadas lacunas na cascata de cuidado associadas ao diagnóstico da ILTB, suprimento irregular do PPD, ausência de método alternativo e pactuação das diretrizes para a garantia da TPT de forma precoce em grupos com alto risco de adoecimento. O regime com 6-9H foi efetivo e seguro, poucos pacientes utilizaram os regimes 4R e 3HP.