XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA pele é considerada o maior órgão do corpo humano. Ela exerce importante função de barreira entre o organismo e o meio externo, além de atuar despertando sensações e traduzindo a impressão social de cada indivíduo. Pode ser acometida por afecções a ela restritas ou apresentar manifestações clínicas de alterações sistêmicas. As doenças infecciosas da pele são frequentes e constituem importantes causas de demanda aos serviços de saúde. Assim, o objetivo desse estudo foi descrever as características epidemiológicas de pacientes internados por infecção de pele, entre 2012 e 2022, no estado da Bahia, comparando-as com a região Nordeste.
MétodosTrata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo e quantitativo, cujos dados foram obtidos no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) e transferidos para análise quantitativa no software Excel. A população do estudo foi constituída por pacientes com infecção de pele internados no período dezembro de 2012 a novembro de 2022. As variáveis foram ano de atendimento, regime hospitalar, idade, sexo, raça/cor correlacionando com internações, tempo de permanência e óbito. Por se tratar de um banco de domínio público, não foi necessário submeter o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa.
ResultadosNo período analisado, a Bahia foi responsável por 62.822 das 248.316 internações no Nordeste, sendo o maior número concentrado no ano de 2019 (17.133). O tempo médio de permanência hospitalar foi de 6,94 dias. O regime de atendimento predominante foi o público, cerca de 20,59%, contra 7,79%, do serviço privado. Além disso, a faixa etária dominante foi entre 1 e 4 anos, com menor prevalência de internamentos de pacientes com 80 anos ou mais. O gênero mais frequente foi o masculino, com 55,65% e 57,01%, na Bahia e no Nordeste, respectivamente. Com relação à distribuição de raça/cor, a mais prevalente foi preta e parda. Ademais, comparando-se a região Nordeste, a Bahia é o segundo estado com maior número de hospitalizações. Entretanto, ao observar o número de óbitos, a Bahia se destaca.
ConclusãoNesse contexto, é possível notar que a Bahia é o estado com maior número de óbitos por infecções de pele no Nordeste, mesmo não apresentando o maior quantitativo de internações. Além disso, no perfil epidemiológico dos internamentos predominam pacientes pediátricos, masculinos, pretos e pardos que foram atendidos pelos serviços públicos.