Journal Information
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 273
Full text access
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS CONFIRMADOS DE SÍNDROME DA ZIKA CONGÊNITA NO BRASIL EM 2020
Visits
1739
Keila da Silva Goes Di Santo, Lara Moraes Torres, Victor Oliveira Rocha, Hagar Senhorinha de Almeida Maturino, Gilmar Santos Oliveira Junior, Gislaine Mendes Coelho, Mariana Souza Santos Oliveira, Aurea Angélica Paste
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S1
More info
Introdução/Objetivos

Em 2015, após a chegada do vírus Zika no Brasil, foram registrados casos de gestantes que tiveram a doença, cujos bebês nasceram com Síndrome da Zika Congênita (SZC), com anomalias como microcefalia. É fundamental a compreensão dos dados clínicos e epidemiológicos a fim de rastrear casos suspeitos dessa síndrome e detectar casos precocemente, buscando a prevenção e promoção de saúde das mães e dos bebês. Diante disso, o presente estudo buscou descrever os indicadores epidemiológicos de casos confirmados de SZC em 2020, no país.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal realizado em todas as regiões do Brasil, no ano de 2020, utilizando como base de dados o Sistema de Agravos de Notificação - SINAN, com recém-nascidos (RN) com diagnóstico confirmado de SZC. As seguintes variáveis foram selecionadas: idade materna, raça/cor da mãe; momento de diagnóstico, sintomas de infecção por Zika vírus na gestação; peso ao nascer; presença de microcefalia no nascimento; presença de outras anomalias congênitas (AC), ocorrência de óbito.

Resultados

Foram contabilizados 43 casos de SZC confirmados no Brasil em 2020, dos quais sete foram na Região Norte; oito no Nordeste; 22 no Sudeste; seis no Centro-Oeste e nenhum no Sul. Quanto às características maternas, 26 (61%) tinham entre 20 e 34 anos, 24 (56%) eram pardas; Quanto ao diagnóstico, 32 (75%) foram no pós-parto. Quanto ao quadro clínico materno durante a gestação, observou-se os seguintes sintomas: cefaleia (7%), mialgia (7%), artralgia (5%), exantema (16%) e prurido (9%). Não foram registrados conjuntivite, edema articular, hipertrofia de gânglios e acometimento neurológico. Sobre o RN, 23 (53%) foram do sexo masculino; 19 (44%) nasceram com baixo peso (<2500g); 32 (74%) apresentaram microcefalia, 14 (33%) apresentaram outras AC; quatro (9%) apresentaram deficiência visual; nenhum (0%) apresentou deficiência auditiva e quatro (9%) evoluíram para óbito.

Conclusões

O estudo obteve dados que demonstram maior incidência da SZC em regiões mais quentes e úmidas do país, condizente com a tropismo do vetor. Os achados clínicos maternos são compatíveis com infecção por Zika e as sequelas nos RN confirmam a afinidade do vírus pelo sistema nervoso central. Os dados encontrados mostram uma redução significativa na incidência de SZC comparada a incidência em 2015-2016, indicando que o conhecimento sobre a doença e a forma de prevenção são as melhores armas no combate à síndrome.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools