Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 6 ‐ Horário: 13:58‐14:03 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução lenta e progressiva causada pelo Mycobacterium leprae. O Brasil não mede esforços para o seu controle, já que o país é o segundo maior responsável pelo número de casos no mundo, o Estado de Mato Grosso é uma das principais áreas endêmicas.
Objetivo: Caracterizar o perfil clínico‐epidemiológico dos novos casos de hanseníase notificados no município matogrossense de Rondonópolis, de 2011 a 2017.
Metodologia: Os dados empregados foram obtidos por meio da análise individual das fichas de notificação/investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram incluídos casos novos e autóctones. Já recidivas e casos em duplicata foram excluídos.
Resultado: Em Rondonópolis foram notificados 928 casos de hanseníase no período, a maior parte detectada por demanda espontânea (46,82%; n=434) e apenas 13,16% (n=122) em exames de contatos ou de coletividade. O coeficiente de detecção anual apresentou padrão flutuante de 2011 a 2015, com pico em 2011 (82,43 casos/100 mil habitantes) e decréscimo nos últimos dois anos. Dentre os casos, 59,05% (N=548) ocorreram no sexo masculino e 32,86% (N=305) na faixa de 31 a 45 anos. A idade dos pacientes variou entre 2,3 e 85,87 anos, a média (desvio‐padrão) foi de 44,03 (17,72) e a mediana de 43,76 anos. Enquanto os pardos foram os mais acometidos (56,85%; n=523), as etnias amarela (0,65%; N=6) e indígena (0,11%; N=1) registraram menor número de casos. Quanto ao local de moradia e grau de escolaridade, a grande maioria dos pacientes residia em zona urbana (94,72%; n=879) e concluiu no máximo a educação primária (58,89%; n=500). Em relação às características clínicas, houve predomínio da forma dimorfa (71,88%; n=667) e multibacilar (87,07%; n=808). Quanto à baciloscopia, em 95,05% (n=882) dos casos essa não foi feita ou o resultado não foi informado. Considerando as avaliações de incapacidade no momento do diagnóstico, observou‐se predomínio de grau zero (64,12%; n=595), seguido de grau I (10,78%; n=100) e grau II (3,34%; n=31) entre os pacientes deste estudo. No entanto, tal avaliação não foi conduzida ou informada para 21,77% (n=202) dos casos.
Discussão/conclusão: Tais achados podem ser úteis para nortear de forma cientificamente embasada as ações de controle e vigilância voltadas para a hanseníase no município.