XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoEstudo produzido a partir dos dados do projeto de Vinculação e Retenção de Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV), uma parceria entre a Aids Healthcare Foundation, Faculdade de Medicina da USP, Centro de Referência e Testagem e Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. A elaboração de estratégias de prevenção suscita a necessidade de conhecimento do perfil populacional que busca testagem nos serviços de saúde, e análise dos que não os acessam.
ObjetivoDescrever o perfil sociodemográfico de pessoas que realizaram testagem para HIV em Serviço de Atendimento Especializado (SAE).
MétodoAnálise descritiva de dados quantitativos, realizado no software SPSS 26. Amostra composta por 7585 testes rápidos para HIV, realizados em um SAE, 01/2020 e 12/2022. Os dados foram coletados entre 01/22 e 12/22. CEP 2.241.860 – SMS/SP.
ResultadosA faixa etária predominante foi de 20-29 anos correspondendo a 42,1%, seguido por 30-39 anos, com 30,5%. Homem cis corresponderam a 71,2%, seguido por mulheres cis 27,1% e de mulheres trans 1,6%. Em relação a cor, 57,1% se declararam não brancos e 42,9% brancos. 74,6% não vivem com o companheiro. 86,4% referem 8 anos ou mais de estudo. 43,6% relatam vínculo formal de trabalho, 34,1% vínculo informal e 15,4% desempregados. Se apresentaram como profissional do sexo 0,5% (n = 32). Relataram alguma IST nos últimos 12 meses, 15,5% (n = 1176).
ConclusãoHá carência de dados na literatura sobre a caracterização da população geral que busca testagem rápida para IST/AIDS. Conhecer o perfil sociodemográfico da população geral desta região, pode contribuir para o aprimoramento na elaboração de campanhas de prevenção e oferta de assistência preventiva de eventos futuros. É necessário a construção de estratégias para alcance da população altamente vulnerável, apontada na literatura, haja vista o perfil destoante identificado: jovem/adulto, homem cis, branco, ensino médio ou mais, com vínculo de trabalho. Cabe reflexão também sobre a busca de campanhas que estimulem a testagem em todas as pessoas, independente das parcerias afetivo/sexual, haja vista o perfil de mulheres que soroconvertem para o HIV, com prevalente referência de monogamia. O relato de IST nos últimos 12 meses chama atenção, e indica necessidade da abordagem estratégica no ato da testagem, focados na promoção da prevenção de novos eventos. Analisar o perfil da população que acessa o serviço, permite refletir sobre as lacunas, e possibilitar o aprimoramento do cuidado em saúde