XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA malária é a doença parasitária mais importante do homem e existem seis espécies de protozoários do gênero Plasmodium que infectam humanos, sendo a maioria das mortes atribuíveis à malária geralmente são causadas pelo Plasmodium falciparum. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que ocorreram cerca de 216 milhões de casos e 445.000 mortes da malária em 2016, contudo o êxodo de viajantes mudou um pouco a repercussão da doença e em 2021, novos casos voltaram a surgir de forma preocupante no Nordeste do Brasil, gerando custos diretos e indiretos significativos.
ObjetivosO presente estudo tem como objetivo analisar os óbitos de pacientes no qual foram acometidos pela Malária no Brasil, no período entre 2014 e 2021.
MétodosTrata-se de um estudo transversal de base populacional quantitativo e seus dados foram adquiridos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. A partir da causa de morte codificada pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10), analisou-se como variáveis, sexo, faixa etária, raça, estado civil, escolaridade, número total de óbitos durante o período e ano da ocorrência.
ResultadosDurante os anos de 2014 a 2021 o SIM do Ministério da Saúde registrou 345 óbitos por malária, sendo que a maioria ocorreu no ano de 2021, que representou 17,7% do total de óbitos, ocorrendo diminuição após 2018 e aumento progressivo durante os anos seguintes. Em relação a raça desses indivíduos, 167 eram pardos, sendo considerados a maioria dos indivíduos, seguidos dos indígenas, 74 pacientes. Além disso, estavam em maior quantidade os pacientes com faixa etária entre 30 a 49 anos, que totalizaram 28,1%. Outrossim, foi observado uma predominância de ocorrência no sexo masculino com uma diferença de 32,2% em relação ao sexo feminino. Além disso, houve um alto índice de ocorrência entre os indivíduos solteiros, que correspondem a 38,3% do grupo. Por fim, em relação à escolaridade, dos 345 pacientes, 90 apresentavam mais de 12 anos de estudo, correspondendo a 26% do total e representando a maior parte dos indivíduos desse grupo. CONCLUSÕES: Diante do exposto, é possível notar que houve um aumento paulatino dos óbitos durante os anos observados. Nota-se que a maioria dos óbitos registrados foram pessoas com mais de 12 anos de estudo, o que chama atenção porque antes a maioria apresentava baixa escolaridade e assim é preciso amparar projetos de prevenção primária e secundária, independente da classe social.