XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs Infecções Fúngicas Invasivas (IFIs) são uma grande ameaça para os pacientes sob imunossupressão ou com infecções respiratórias virais, como Influenza ou COVID-19. O acesso a ferramentas adequadas é vital para o diagnóstico precoce e o manejo clínico desses pacientes. A pesquisa da ECMM sobre as capacidades laboratoriais na Europa tem como objetivo decifrar a capacidade de diagnóstico atual e a disponibilidade de tratamentos para as IFIs, a fim de orientar os profissionais de saúde, os pacientes e os formuladores e gestores de políticas de Saúde Pública.
MétodosA pesquisa de capacidade de diagnóstico de IFIs do ECMM pode ser acessada online em www.clinicalsurveys.net/uc/IFI_management_capacity/. Foi lançada uma campanha para obter feedback de micologistas. A pesquisa foi disseminada entre os membros afiliados à ECMM, via mídia social: LinkedIn, Twitter e por e-mail. As variáveis coletadas foram: a) Perfil da instituição, b) Percepções sobre doenças fúngicas invasivas na respectiva instituição, c) Microscopia, d) Cultura e identificação fúngica, e) sorologia, f) Detecção de antígenos, g) Testes moleculares e h) Monitoramento de drogas terapêuticas.
ResultadosUm total de 258 centros de 41 países participaram da pesquisa. Alemanha (n=30), França (n=28), Itália (n=23), Espanha (n=23) e Turquia (n=21) foram os países de origem de quase metade dos entrevistados. A incidência de IFIs foi considerada muito baixa ou baixa em 46,9% das instituições e moderada em 38,0%. Candida spp. (95,0%) e Aspergillus spp. (89,9%) foram considerados os patógenos mais relevantes. Todas as instituições tinham acesso (no local ou terceirizado) a culturas (68,2% das quais também podiam realizar testes de suscetibilidade em fungos filamentosos e leveduras, 26,4% apenas em leveduras, 4,7% em nenhuma e 0,8% apenas fungos filamentosos). Com relação à disponibilidade de outros testes diagnósticos, 84,5% também podiam utilizar a microscopia, 83,7% os testes de detecção de antígenos (89,8% dos quais pelo menos o teste de galactomanana para Aspergillus spp.), 73,3% os testes moleculares (principalmente PCR) e 62,4% sorologia. Pelo menos um triazol estava disponível para prescrição em 93,0% das instituições, enquanto pelo menos uma equinocandina em 90,3% e anfotericina B lipossomal em 80,2%.
ConclusõesEm geral, a Europa está bem-preparada para diagnosticar e tratar IFIs. Entretanto, algumas instituições não têm acesso a determinadas ferramentas de diagnóstico e medicame