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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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BACTEREMIA POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM UNIDADE CARDIOLÓGICA: CARACTERÍSTICAS E DESFECHOS
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Manuela da Costa Medeirosa,
Corresponding author
manuhouaiss@gmail.com

Corresponding author.
, Diego Gomes Devezab, Francisca Pereira Ribeiroa, Angela Maria Rodrigues Dantasa, Rafael Quaresma Garridoa, Giovanna Ianini Ferraiuoli Barbosaa, Bruno Zappaa, Isabel Cristina Pacheco da Nóbregaa, Cristiane da Cruz Lamasa
a Instituto Nacional de Cardiologia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade do Grande Rio ‒ Unigranrio-Afya, Duque de Caxias, RJ, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A Bacteremia por S. Aureus (BSA)é um evento grave. Numa unidade cardiológica há pacientes com comorbidades, valvopatias, próteses e dispositivos intracardíacos, que torna a BSA potencialmente letal. Objetivo do estudo é descrever os casos de BSA em pacientes hospitalizados,2013‒2020.

Métodos

Estudo retrospectivo, com revisão de prontuários de pacientes identificados com BSA pela Microbiologia. Dados foram alimentados em RedCap e analisados descritivamente.

Resultados

Foram incluídos 117 pacientes, sendo 82 (69,5%) homens; média de idade foi 59,2 anos. Comorbidades mais frequentes foram hipertensão arterial (81,7%), dislipidemia (57,4%), insuficiência cardíaca (53,8%), coronariopatia (55,7%), valvulopatia (58,6%), diabetes mellitus (42,2%) e insuficiência renal crônica (41,7%), estando 25% destes em Hemodiálise (HD). Haviam sido submetidos a procedimentos cardíacos na mesma internação 53% dos pacientes. A média de proteína C reativa foi de 18,57 mg/dL e de creatinina 2,27 quando do diagnóstico de BSA. Focos mais frequentes de infecção foram Infecção da Corrente Sanguínea (ICS) em 44,7%, pele e subcutâneo (24,6%), mediastinite/osteomielite do esterno (13,0%), válvulas nativas (5,2%), prótese valvar (5,2%) e marcapasso (5,2%). Eram sensíveis a oxacilina 75,2% e eram MRSA 24,8%; destes 96,5% eram sensíveis a Sulfametoxazol-Trimetoprima (sxt). Necessitaram de terapia intensiva 62,1%, com tempo médio de internação de 20,9 dias no CTI; de Ventilação Mecânica (VM), 49,3%, (com média de 10,7 dias de VM); precisaram de aminas 63,4%; apresentaram nova injúria renal 56,3%, e destes, 64,1% precisaram de HD. A média do tempo total de internação foi de 51,3 dias. Evoluíram a óbito intra-hospitalar 67 (57,3%) dos pacientes, sendo a causa imediata do óbito a bacteremia em 18 (28,6%).

Conclusões

A bacteremia por S. aureus no cenário do centro cardiológico resultou em importante morbidade e altíssima mortalidade, possivelmente pela agressividade intrínseca do patógeno em pacientes com muitas e graves comorbidades, como a insuficiência cardíaca. MRSA foi identificado em cerca de ¼ das bacteremias, com perfil de sensibilidade a sxt que sugere tratar-se de ca-MRSA. A porta de entrada foi de pele e partes moles (possivelmente infecções de sítio cirúrgico superficiais e infecções de comunidade), ICS e infecção profunda de sítio cirúrgico, o que evidencia oportunidades para melhor controle de infecção.

Palavras-chave:
Bacteremia, Staphylococcus aureus
Mortalidade
Comorbidades
MRSA
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