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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
ÁREA: HEPATITES VIRAISPI 102
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AVALIAÇÃO DO RISCO DE ÓBITO EM PESSOAS COINFECTADAS COM OS VÍRUS DA HEPATITE C E DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA: UM ESTUDO DE COORTE ENTRE DOADORES DE SANGUE
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Thalia Tibério dos Santosa, Ana Luiza de Souza Bierrenbachb, Alfredo Mendrone Juniorc, Adele Schwartz Benzakend, Soraia Mafra Machadoe, Marielena Vogel Saivishf, Steven Sol Witking, Hélio Ranes de Menezes Filhoe, Maria Cássia Mendes-Corrêae, Maria Ligia Damato Capuanie
a Universidade Federal de Jataí, Jataí, GO, Brasil
b Instituto de Ensino e Pesquisa, Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP, Brasil
c Fundação Pró-Sangue, Hemocentro de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
d Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado, Manaus, AM, Brasil
e Departamento de Doenças Infecciosas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
f Departamento de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Jataí, Jataí, GO, Brasil
g Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Weill Cornell Medicine, Nova York, EUA
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Introdução/Objetivo

A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) é um problema de saúde associado a maior risco de morbidade e mortalidade. No entanto, estudos sobre mortalidade por causas não hepática entre os indivíduos coinfectados com o HCV e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) demonstraram resultados inconsistentes. O objetivo deste estudo foi investigar a contribuição da coinfecção HCV e HIV na mortalidade por todas as causas e por causas hepáticas, em uma grande coorte de doadores de sangue no Brasil.

Métodos

É um estudo de coorte retrospectiva realizado com doadores de sangue, entre 1994 e 2013, na Fundação Pró-Sangue - Hemocentro de São Paulo (FPS). Foram incluídos 36 doadores de sangue coinfectados com HCV/HIV, 5.782 não infectados por HCV e HIV, e 2.652 infectados apenas com HCV. Os registros do banco de dados FPS e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) foram vinculados por meio da técnica Record Linkage (RL). Os desfechos de mortalidade foram classificados com base nos códigos da CID-10 (10ª Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) apresentados como causa da morte na certidão de óbito. A medida de Hazard Ratio (HR) foi estimada para os desfechos usando modelos de regressão múltipla de Cox.

Resultados

Dentre todas as causas de morte, RL identificou 14 óbitos entre doadores coinfetados com HCV/HIV, 190 entre soronegativos para HCV/HIV e 209 entre infectados apenas por HCV. Doadores coinfectados com HCV/HIV apresentaram risco 6,63 vezes maior de morte por todas as causas quando comparados aos infectados somente por HCV (IC 95%: 3,83-11,48; p < 0,001) e risco 14,57 vezes maior de morte por todas as causas em relação aos soronegativos (IC 95%: 8,42-25,22; p < 0,001). Entre apenas as causas hepáticas de morte, RL identificou 3 óbitos entre os coinfectados com HCV/HIV, 6 entre soronegativos e 73 entre monoinfetados com HCV. Doadores coinfectados com ambos os vírus tiveram risco 95,76 vezes maior de morte por causas hepáticas do que os soronegativos para HCV/HIV (IC 95%: 23,54-389,52; p < 0,001), e apresentaram um risco 4,16 vezes maior de morte quando comparados aos infectados por apenas HCV (IC 95%: 1,3-13,34; p = 0,016).

Conclusão

Os dados sugerem que intervenções específicas são urgentes e necessárias no caso dos doadores de sangue co-infectados com HCV/HIV, mesmo após tratamento específico e resposta virológica sustentada, a fim de evitar complicações hepáticas e não hepáticas, e morte.

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