Journal Information
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
ÁREA: USO DE ANTIMICROBIANOS E RESIST. MICROB NA PRÁTICAOR-36
Open Access
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS VALORES DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA PARA VANCOMICINA NO DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES COM INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE A METICILINA
Visits
828
Juliana Oliveira da Silva, Guilherme Henrique C. Furtado, Eduardo A. Servolo Medeiros
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S2
More info
Introdução

A vancomicina representa uma das principais ou, senão a primeira opção terapêutica para o tratamento de infecções causadas por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (SARM) em diversos serviços de saúde. Entretanto, sua utilização na prática clínica é questionada diante de concentrações inibitórias mínimas maiores que 1.0 mg/L (CIM-V), com evidências de falência no tratamento e aumento de mortalidade reportadas para estes isolados considerados sensíveis à vancomicina.

Objetivo

O objetivo deste estudo foi avaliar pacientes com bacteremia por SARM e comparar desfecho clínico entre pacientes com CIM-V > 1 mg/L e ≤ 1 mg/L além de conhecer a epidemiologia das infecções de corrente sanguínea por SARM no Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Hospital São Paulo (HSP) durante o período de 2011 a 2015. Também foi avaliada a terapêutica empírica institucional, o tempo da introdução do glicopeptídeo para tratamento e o impacto no desfecho clínico das bacteremias por SARM.

Método

Foi realizado um estudo retrospectivo, com análise de dados de prontuário médico de todos os pacientes que tiveram diagnóstico de infecção da corrente sanguínea por SARM no Hospital São Paulo no período de 2011 a 2015.

Resultados

Foram avaliados 238 pacientes com bacteremia por SARM no período de cinco anos. A mortalidade geral entre os pacientes com bacteremia por SARM foi de 28,6% em 28 dias. 60 isolados (25,2%) apresentaram CIM-V > 1 mg/L. Entre os pacientes que apresentaram bacteremia por SARM com CIM-V > 1 mg/L, a mortalidade em 28 dias foi de 21,7% (13/60 pacientes) e, entre os pacientes com bacteremia por SARM com CIM-V ≤ 1 mg/L, a mortalidade foi de 30,9% (55/178), p = 0.171. Em nossa coorte, as variáveis associadas com mortalidade em 28 dias foram a idade, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), escore de bacteremia de Pitt no momento da identificação da infecção por SARM, uso de cefalosporinas na terapia empírica e terapia final inadequada.

Conclusão

Estudos demonstraram falha de tratamento entre as infecções por SARM e CIM-V > 1 mg/L, apesar dos isolados serem sensíveis à vancomicina. A análise dos valores da CIM-V isoladamente pode não orientar mudança da prática clínica no tratamento de infecções por SARM e que outras variáveis podem ser utilizadas para estabelecer o prognóstico dessas infecções em relação a mortalidade. A CIM-V por si, tem valores muito variáveis a depender do método utilizado em sua obtenção.

Full text is only aviable in PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools