12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Em sua primeira recomendação, o consenso Sepsis‐1 de 1991, criou a definição de síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), que quando direcionada a uma infecção confirmada seria chamada de sepse. O Sepsis‐2 manteve os conceitos de SIRS, sepse, sepse grave e choque séptico, fazendo algumas alterações nos critérios para identificação e classificação dessas condições. Em 2016, as modificações do Sepsis‐3 geraram uma redução da sensibilidade para detectar os casos de sepse, tendendo a selecionar uma população com doença mais grave, podendo levar a uma identificação tardia (MACHADO, 2016).
Objetivo: Comparar o diagnóstico de sepse, sepse grave e choque séptico segundo os consensos Sepsis‐2 e Sepsis‐3.
Metodologia: Trata‐se de um estudo transversal e observacional, no qual dados foram coletados através de prontuários de três grandes hospitais de Aracaju, sendo um privado, um exclusivamente público e um que presta serviços públicos e privados (misto), por um período de 10 meses. Foi estipulado um limite de 24 horas entre o diagnóstico de sepse, sepse grave ou choque séptico e os dados clínicos e laboratoriais. Após, foram calculadas as sensibilidades e especificidades dos critérios diagnósticos estudados.
Resultados: Foram incluídos 140 pacientes com o diagnóstico de sepse, sepse grave ou choque séptico e idade superior a 18 anos. A maioria pertencia ao sexo feminino, com média etária de 68,42±16,80 anos. Do total avaliado, 93,57% apresentaram diagnóstico de sepse, 87,85% de sepse grave e 23,57% choque séptico a partir dos critérios do Sepsis‐2. Avaliados pelo quick‐SOFA, 41,42% de todos os pacientes apresentaram pontuação ≥ 2, enquanto 74,28% apresentaram pontuação ≥ 2 no escore SOFA e 16,42% choque séptico.
Discussão/Conclusão: Os dados obtidos sugerem redução da sensibilidade para o diagnóstico de sepse quando são utilizados os critérios sugeridos pelo novo consenso, além de grande dependência dos exames laboratoriais para a realização correta dos instrumentos sugeridos para diagnóstico conforme o Sepsis‐3. Sendo a sepse a principal causa de mortalidade mundial, há risco de subdiagnóstico caso sejam adotados os novos critérios sugeridos pelo Sepsis‐3. Além disso, a necessidade de exames laboratoriais que podem não estar disponíveis precocemente pode atrasar o início do tratamento e aumentar a mortalidade por sepse nos serviços que utilizem os novos critérios.