Ag. Financiadora: CNPq
N°. Processo: ‐
Data: 18/10/2018 ‐ Sala: 6 ‐ Horário: 16:10‐16:20 ‐ Forma de Apresentação: Apresentação oral
Introdução: De acordo com dados do Ministério da Saúde, estimou‐se que aproximadamente 827 mil viviam com HIV/Aids (PVHA) em 2014. Já a infecção pelo HCV é a primeira causa de cirrose, HCC e transplante hepático no país e existem cerca de 660 mil pessoas infectadas pelo vírus no Brasil. A alta prevalência de ambas as infecções e suas vias comuns de transmissão contribuem para o surgimento de indivíduos coinfectados HCV/HIV. Nos últimos anos, o tratamento da hepatite C tem evoluído bastante e atualmente conta com os antivirais de ação direta (DAA), cuja taxa de cura em monoinfectados e coinfectados é superior a 95%3. Os DAA estão disponíveis no Sistema Único de Saúde, é importante verificar sua efetividade na “vida real” bem como seus efeitos adversos, fora de ensaios clínicos, nos dois tipos de pacientes.
Objetivo: Foram objetivos do presente trabalho:
1. Comparar as taxas de resposta virológica sustentada entre monoinfectados HCV e coinfectados HCV‐HIV.
2. Comparar os tipos e a frequência de eventos adversos e segurança do tratamento em ambos os grupos, além da frequência e causas de abandono ao tratamento.
3. Avaliar fatores associados à falha terapêutica em ambos os grupos.
Metodologia: Trata‐se de um estudo clínico de caráter longitudinal, retrospectivo, observacional, aberto, não aleatorizado, comparativo (não controlado)/analítico e em único centro. Os pacientes deste estudo foram atendidos entre 2015 e 2017, no ambulatório da Disciplina de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo. Esses indivíduos já haviam sido previamente selecionados para o tratamento de hepatite C, em consonância com as diretrizes específicas do Ministério da Saúde. Foram analisadas variáveis demográficas e clínicas gerais, relacionadas à infecção pelo HCV, à infecção pelo HIV, ao tratamento, à efetividade (HCV RNA indetectável 12 semanas após o término da medicação – resposta virológica sustentada) e aos eventos adversos.
Resultado: Notou‐se que dentre os 114 pacientes monoinefctados havia pacientes mais velhos, mais do sexo feminino e com mais comorbidade. Além disso, foi observada maior frequência de transmissão do HCV relacionada à via sexual entre os 34 coinfectados e mais pacientes com F2/F3/F4 em monoinfectados. Os dados restantes de eficácia e segurança foram semelhantes nos dois subgrupos.
Discussão/conclusão: Em nosso meio, esquemas de tratamento com DAA têm alta efetividade e são equivalentes em monoinfectados e coinfectados. Esse tratamento se mostrou muito seguro em ambos os subgrupos.