Journal Information
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 092
Full text access
AVALIAÇÃO DA SIMPLIFICAÇÃO DO ESQUEMA ANTIRRETROVIRAL (TERAPIA DUPLA) EM UM HOSPITAL PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO
Visits
2308
Sarah Lanferini Frank, Carolina Oliveira Venturotti, Stefanie Siqueira Martins de Moraes Dinuci, Luiz Fernando Cabral Passoni
Hospital Federal dos Servidores do Estado, São Paulo, SP, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S1
More info
Introdução/Objetivo

Em dezembro de 2019, o Ministério da Saúde autorizou a simplificação da terapia antirretroviral (TARV) para terapia dupla (TD) com lamivudina (3TC) + dolutegravir (DTG) ou darunavir/ritonavir (DRV/r), desde que respeitando os critérios de boa adesão, carga viral (CV) indetectável nos últimos dois exames, estabilidade clínica, ausência de coinfecção com hepatite B ou tuberculose e ausência de falha prévia a alguma das medicações, conforme genotipagem. Por ora, a TD ainda é contraindicada para gestantes, menores de 18 anos e para início de tratamento. O objetivo deste trabalho é avaliar e discutir a implantação da TD em pacientes ambulatoriais em um hospital público do Rio de Janeiro, seus riscos, acertos e resultados.

Métodos

Foram analisados os prontuários das pessoas vivendo com HIV/Aids em acompanhamento ambulatorial e que foram submetidas, entre fevereiro de 2020 e julho de 2021, à simplificação da TARV para 3TC+DTG. Os pacientes foram agrupados por gênero, idade, contagem de células CD4 no momento da troca, passado de doença definidora de aids e presença de comorbidades. Além disso, foram avaliados os níveis de creatinina sérica pré e pós troca e a CV após três meses.

Resultados

Dos 24 pacientes em TD, 12 (50%) eram do sexo feminino, sendo a mediana de idade de 52,5 anos (variou de 36 a 69 anos). O tempo médio de uso da TARV foi de 14 anos (variou de 2 a 26 anos). No momento da troca, dois pacientes (8,3%) possuíam contagem de CD4 menor que 200 células/mm3; um (4,1%), entre 200 e 350, e 21 (87,5%) acima de 350. Sobre a história pregressa, oito pacientes (33,3%) já haviam apresentado doença definidora de aids e 19 (79,1%) apresentavam alguma comorbidade no momento da troca (hipertensão arterial em 33,3% e diabetes mellitus tipo 2 em 33,3%). Aumento da creatinina sérica foi observado em 14 pacientes (58,3%), mas em apenas um houve aumento acima do limite da normalidade. Na avaliação da CV após três meses, três pacientes (12,5%) não repetiram o exame e 21 (87,5 %) mantiveram CV indetectável (um desses pacientes apresentou 165 cópias/mL em exame realizado no 1º mês da troca, sendo indetectável no 2º e 6º meses subsequentes).

Conclusão

Nossos resultados corroboram, na vida real, que a terapia dupla é segura e apresenta eficácia equivalente às terapias consagradas. Espera-se que em breve mais pacientes possam se beneficiar da redução de medicações e consequentemente minimizar seus efeitos adversos.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools