12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O telefone celular é um objeto de manuseio constante e seu uso em ambientes hospitalares como a Unidade de Terapia Intensiva, tende á aumentar o risco de disseminação de microrganismos aos pacientes e ao ambiente. Profissionais de saúde, executores de cuidados assistenciais que permanecem longos períodos com os pacientes, com o uso de aparelho celular possivelmente contribuem com á disseminação de patógenos. Conforme breve revisão de literatura, o uso de celular em UTI funciona como potencial patogênico capaz de aumentar os índices de infecção relacionada á assistência á saúde. Vários estudos relataram consistentemente que telefones móveis dos trabalhadores da saúde podem atuar como reservatórios tanto de organismos patogênicos quanto não patogênicos e essa contaminação é amplamente discutida. No ambiente hospitalar há inúmeras bactérias no ar e em superfícies que podem ser patogênicas para o homem, que podem desencadear as mais diversas patologias dependendo do estado imunológico do paciente. A contaminação de aparelhos celulares pode ocorrer devido à incorreta higienização das mãos no ambiente assistencial e pelo contato do telefone móvel com superfícies contaminadas.
Objetivo: Avaliar grau de contaminação de aparelhos celulares de profissionais de saúde.
Metodologia: Monitoramento através da contagem de ATP (trifosfato de adenosina por bioluminescência) (3M™ CleanTrace™ ATP System). Essa tecnologia detecta ATP a partir de resíduos orgânicos (secreções humanas, excreções e sangue, alimentos e outras formas de material orgânico), incluindo carga microbiana viável e inviável. A luz é emitida em proporção direta à quantidade de ATP presente, e é medida em Unidades Relativas de Luz (RLU), quanto maior for a leitura maior será o nível de ATP presente e, por conseguinte, da carga de matéria orgânica.
Resultados: Analisamos 26 aparelhos celulares, 19 com contagem ATP superior a 3200 URL, demonstrando altas cargas de matéria orgânica nos aparelhos.
Conclusão: Celulares podem veicular agentes infecciosos e atuar na disseminação destes microrganismos multirresistentes para o ambiente e pacientes, aumentando o risco de disseminação de patógenos de relevância epidemiológica.Destaca‐se também, o desconhecimento dos profissionais da necessidade de higienização de seus aparelhos celulares. Pretende‐se com os dados obtidos neste estudo, sensibilizar a equipe da UTI, quanto aos riscos que estão sendo impostos tanto aos pacientes quanto a própria equipe.