O aumento das infecções por bactérias multirresistentes (MDR), tem dificultado o tratamento de pacientes, principalmente idosos, que apresentam baixa tolerância a medicamentos com maior ocorrência de efeitos adversos. O trato urinário é o principal sítio de infecção MDR, que também é o trato de infecção mais frequente em idosos, trazendo a necessidade de avaliar opções terapêuticas para essas infecções desafiadoras.
ObjetivoAvaliar a atividade in vitro do Imipenem-Relebactam (IMI/REL) contra isolados de Klebsiella pneumoniae de infecção do trato urinário, em pacientes idosos no Brasil.
MétodoAvaliamos 79 isolados consecutivos e não duplicados de Klebsiella pneumoniae de pacientes idosos (≥ 65 anos), hospitalizados com infecção do trato urinário, coletados entre 2017-2020 em 7 locais no Brasil a partir do estudo SMART. Apenas isolados resistentes a carbapenêmicos foram considerados para esta análise. A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada por microdiluição em caldo para IMI/REL, colistina e amicacina. O perfil de suscetibilidade foi determinado de acordo com a metodologia definida pelo EUCAST e a identificação das beta-lactamases por PCR.
ResultadosO IMI/REL foi o antibiótico com melhor atividade contra cepas de Klebsiella pneumoniae resistentes aos carbapenêmicos, com suscetibilidade de 92.4%; amicacina e colistina apresentaram taxas de suscetibilidade de 72.1% e 75.9%, respectivamente.
Ao excluir aqueles produtores de metalo-beta-lactamase (N = 74), observamos uma suscetibilidade de 98.6% para IMI/REL (MIC50/90 = 0.25/1µg/ml), 75.7% para colistina (MIC50/90 = ≤ 1/ > 4µg/ml) e 70.7% para amicacina (MIC50/90 = ≤ 8/ > 32µg/ml).
ConclusãoEm populações especiais, como idosos, enquanto a toxicidade dos medicamentos é uma grande preocupação, os betalactâmicos podem ser uma boa escolha para tratar esses pacientes. Nesta análise, o IMI/REL demonstrou ser uma excelente opção terapêutica para infecções urinárias em idosos causadas por Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos.