Nanopartículas de prata foram extensivamente investigadas em materiais odontológicos e ortopédicos. No entanto, a impregnação do enxerto ósseo com nanopartículas de prata tem sido pouco investigada. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antibiofilme in vitro de um osso bovino impregnado com nanopartículas de prata.
MétodosPara os testes foram utilizados enxertos ósseos de fêmur (parte esponjosa) bovino, impregnados com nanopartículas de prata (50nm) por adsorção física. Microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia de energia dispersiva de raios-X (EDS) foram utilizadas para a caracterização. Foram realizadas concentrações inibitórias e bactericidas mínimas de nitrato de prata para Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, Enterococcus faecalis, Acinetobacter baumannii e Escherichia coli. Também foram realizados testes de difusão em disco para suscetibilidade às nanopartículas de prata e quantificação da produção de biofilme na placa e no osso com contagem de células sésseis. A radiopacidade do disco ósseo com impregnação de nanopartículas de prata foi avaliada com tomografia.
ResultadosOs enxertos ósseos apresentaram picos característicos de átomos de prata, correspondendo a 18,59% da amostra. A partir do EDS pode-se confirmar que o procedimento de adsorção física aqui utilizado foi eficiente em impregnar as nanopartículas de prata e mantê-las presas após a secagem dos enxertos. Todos os patógenos eram suscetíveis à prata com MIC baixo (0,25 - 4 mg/L). O enxerto impregnado com nanopartículas de prata apresentou uma redução significativa nas células do biofilme para todos os microrganismos com uma redução de mais de 3log na contagem de unidades formadoras de colônias.
ConclusãoEnxertos ósseos impregnados com nanopartículas de prata podem reduzir significativamente o biofilme e podem ser um material estratégico a ser utilizado como implante para diferentes abordagens.